Teve início na quarta-feira (20), no Hotel Wish da Bahia, o 15º Congresso Brasileiro sobre HIV/Aids. O evento reúne especialistas, profissionais de saúde, gestores e pesquisadores para discutir avanços, desafios e perspectivas no enfrentamento ao HIV e às infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB) participa do evento por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVEP).

Na programação do primeiro dia, os debates se concentraram no uso da profilaxia pré-exposição (PrEP) e pós-exposição (PEP). Foram apresentados dados que apontam para a redução no acesso aos medicamentos nos últimos anos, além dos desafios para ampliar a adesão. Estudos recentes também indicam que a expansão da PrEP e da PEP contribuiu para a queda no número de novas infecções em São Paulo, evidenciando a eficácia dessas estratégias de prevenção combinada.
Outro ponto abordado foi a conscientização em populações-chave, como adolescentes, além da discussão sobre a PrEP diária e sob demanda e as perspectivas futuras de uso. O eixo sobre ISTs trouxe ainda reflexões sobre alternativas de tratamento para neurosífilis, clamídia e gonococo em HSH (homem que faz sexo com homem) e população trans; HPV em pacientes com lesões anais e o manejo da tuberculose em pessoas vivendo com HIV.
Para a pesquisadora e professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Inês Dourado, “a conscientização sobre o uso da PrEP em adolescentes é fundamental para garantir prevenção e cuidado a essa população, que ainda enfrenta barreiras de acesso e informação”.
O infectologista Gustavo Pinto destacou que “a decisão entre o uso da PrEP diária ou sob demanda deve ser individualizada, levando em conta o perfil de cada usuário, sempre com acompanhamento profissional adequado”.
Segundo a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Agravos Transmissíveis (COAGRAVOS), Eleuzina Falcão, a importância do congresso se dá como espaço de troca e atualização científica. “É um momento de discutir, de ouvir a comunidade científica e trabalhar coletivamente para avançar no diagnóstico, tratamento e controle do HIV/Aids enquanto problema de saúde pública”.
O congresso segue até a próxima sexta-feira, 22 de agosto, abordando assuntos como tuberculose, Terapia Antirretroviral (TARV), hepatites virais, arboviroses e tratamento da infecção pelos HTLV I e HTLV II, tipos de vírus linfotrópicos de células T humanas pertencentes à mesma família do HIV, mas com diferenças em sua estrutura e patogenicidade.
Com Informações da SESAB