Covid-19

20 cepas do SARS-CoV-2 circulam em SP e P.1 responde por 91% dos casos, aponta 2º boletim da Rede de Alertas das Variantes

Ciências Covid-19 saúde

Terça, 22 de Junho de 2021

segundo boletim epidemiológico da Rede de Alertas das Variantes do SARS-CoV-2, coordenada pelo Instituto Butantan e que reúne laboratórios públicos e privados com o objetivo de identificar as linhagens do novo coronavírus em circulação no estado de São Paulo, revelou que há 20 cepas na região – uma a mais do que na semana anterior. Além disso, a variante P.1 (amazônica) continua sua expansão, representando 91,16% das variantes (contra os 89,9% do último relatório).

O boletim reúne as principais conclusões do sequenciamento genômico feito a partir de dados coletados de janeiro até a 22ª semana epidemiológica (encerrada em 5/6). Foram sequenciados 6.542 genomas completos de 892.549 casos positivos – ou seja, 0,73% do total de amostras que continham o vírus SARS-CoV-2 coletadas pelos 17 Departamentos Regionais de Saúde (DRS) de São Paulo.

De acordo com o relatório, os dados mostram uma rápida evolução do SARS-CoV-2 indicada pela substituição da variante parental (a variante original) pela P.1 (que foi rebatizada pela Organização Mundial da Saúde como Gama), que representa 91,16% das cepas encontradas no estado. Na sequência vêm a B.1.1.7 (britânica ou Alfa), que responde por 3,61% das variantes, e a B.1.1.28, que aparece em 2,55% dos casos.

Para a vice-diretora do Centro de Desenvolvimento Científico (CDC) do Instituto Butantan, Maria Carolina Sabagga, a existência de 20 variantes em circulação indica que há um grande fluxo de pessoas, o que se associa às próprias características do SARS-CoV-2. “Você tem o vírus evoluindo muito rápido, gerando muitas variantes. Isso é a biologia do vírus”, explica a médica. “Gera variante porque tem muita contaminação, e tem muita contaminação porque não tem isolamento social”, completa.

O levantamento da Rede de Alertas das Variantes mostrou ainda que a P.4, identificada na 21ª semana epidemiológica na Grande São Paulo e na região de Araraquara, foi encontrada na semana seguinte no DRS de Ribeirão Preto. Também é uma descoberta do estudo mais recente o aparecimento da cepa B.1.332 na DRS de Sorocaba. Já a P.2 foi encontrada em todas as DRS do estado, com exceção de Araçatuba e Sorocaba. As regiões que apresentam o maior número de variantes diferentes são a Grande São Paulo, onde há 14, seguida de Sorocaba e Campinas, ambas com nove.

Importância do sequenciamento genômico

Iniciativas como a Rede de Alertas das Variantes do SARS-CoV-2 contribuem para o combate à pandemia de Covid-19 ao fornecer informações de qualidade para a elaboração de políticas públicas. Quais variantes existem? Há variantes de preocupação? Como elas se comportam? Quais estão desaparecendo e quais estão ganhando força? “Estamos jogando uma luz no que está acontecendo”, resume Maria Carolina.

Como os relatórios são divulgados semanalmente, e os sequenciamentos são feitos em grande quantidade e com amostras de todo o estado, o boletim traz um retrato fiel da situação. “Se você detecta uma variante de preocupação em algum local, dá tempo de tomar medidas (aquelas todas que já conhecemos): conter a pessoa que está com a variante e quem possivelmente foi contagiado, e diminuir a circulação para assegurar que essa nova variante não se espalhe”, assinala a vice-diretora do CDC.

O boletim epidemiológico traz as frequências absolutas e relativas das linhagens do vírus, a distribuição das principais variantes e sua evolução temporal por DRS, bem como os número de testes diagnósticos realizados, a quantidade de amostras que deram positivo e o total de sequenciamentos. A Rede de Alertas das Variantes do SARS-CoV-2 é formada por Hemocentro de Ribeirão Preto/FMRP-USP, Mendelics, FZEA-USP/Pirassununga, Centro de Genômica Funcional ESALQ-USP/Piracicaba, Faculdade de Ciências Agrônomas UNESP/Botucatu, FAMERP/São José do Rio Preto, Centro Analítico de Genômica e Proteômica/Instituto Butantan. Informações do Instituto Butantan.

Saiba mais sobre as conclusões do primeiro boletim epidemiológico da Rede de Alertas das Variantes, que reúne dados até 29/5

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