Orixás são deuses cultuados pelas muitas crenças africanas, sendo ligados à família e aos clãs. No Brasil, são cultuados os seguintes orixás: Exú, Ogun, Omulu, Xapanã ou Abaluaiê, Xangô, Yasan, Oxossi, Nanan, Yemanjá, Oxum, Oxunmarê, Ossain e Oxalá.
Os orixás detêm axés vinculados à natureza. A palavra axé é de abrangência extraordinária e entre os muitos significados está vida, poder, energia. O axé é a metafísica. Nas religiões africanas, o axé do orixá define o seu poder.
No sistema religioso africano, os orixás representam a força do grupo, da família. Têm caráter social e a função da proteção e sobrevivência do grupo. Para a implantação na família do axé do orixá aparece o fetichismo – concretização a um ser, adoração ou culto a um objeto.
Nas religiões africanas, o fetiche é o vínculo existente entre o orixá e os homens. Os orixás têm sua cor, seu metal ou um elemento da natureza que representa seu caráter.
Exú
As lendas africanas trazidas pelo povo iorua colocam Exú como um diabinho levado, e no sincretismo católico, esse orixá foi associado ao demônio. É ele que leva o homem para o mau caminho, suscita guerras e disputas. Também é o responsável pelo caos e pela desunião.
No período da escravidão, contudo, Exú era invocado para castigar os senhores brancos. É apresentado com um tridente de ferro, um falo imenso e chifres, como o diabo cristão.
Ogun
Ogun é orixá das guerras. É simbolizado por uma haste curvada, como uma espada. Foi sincretizado na Bahia com Santo Antônio e no Rio de Janeiro, com São Jorge. Na África é o orixá dos caçadores. O metal de Ogun é o ferro.
Omulu, Xapanã ou Abaluaiê
É o orixá que domina a Terra, o Sol e as epidemias. É o orixá da saúde, protetor dos aleijados. Suas comidas são o bode, o galo e o porco.
Xangô
É o orixá do trovão e das tempestades. Seu metal é o cobre e seus poderes são o raio e o fogo. É considerado um guerreiro violento.
Yansan
Yansan é um orixá feminino. Preside os ventos, as tempestades, e domina dos raios e os espíritos. É simbolizada com chifres de búfalo e sua arma é a adaga. É sincretizada com Santa Bárbara.
Oxossi
É o orixá que preside a caça, sendo protetor dos caçadores. É filho de Yemanjá, juntamente com Ogun e Exú. O metal de Oxossi é o bronze e suas ferramentas são o arco e a flecha.
Nanan
É o orixá feminino mais velho. O sincretismo é feito com Santa Ana, a mãe da Virgem Maria. É o orixá que preside as águas profundas, os pântanos escuros e os nevoeiros.
Yemanjá
Yemanjá é considerada a mãe de todos os orixás. O axé de Yemanjá está em pedras do mar, conchas marinhas e vasos de porcelana azuis. Seu metal é a prata.
Tem o sincretismo com as lendas nórdicas que a associam à sereia. No catolicismo, o sincretismo ocorre com Nossa Senhora da Conceição e, na Bahia, com Nossa Senhora das Candeias.
É considerada a mãe das águas e referenciada com presentes e adereços. A festa de Yemanjá acontece no dia 31 de dezembro, e em locais como o Rio de Janeiro atrai multidões.
Oxum
Oxum é o orixá feminino das águas, representa a sexualidade e a vaidade. Seus metais são o cobre, na África, e o latão dourado, no Brasil. Sua representação social é o amor. O sincretismo no catolicismo ocorre com Nossa Senhora das Candeias e com Nossa Senhora Aparecida.
Oxunmarê
É o orixá do arco-íris, responsável pelos dias, pelos anos, pela sucessão de tudo o que ocorre na natureza. Representa a continuidade. O sincretismo é feito com São Bartolomeu.
Ossain
Ossain é o orixá das matas, dono das folhas e das ervas e vive na floresta. É confundido com a lenda indígena do Caipora, que tem somente uma perna. É o orixá da medicina.
Oxalá
Oxalá é o orixá da criação, o responsável por tudo o que cresce. Sua cor é o branco e o metal, o alumínio. É sincretizado com Jesus Cristo jovem, e no Candomblé é um guerreiro audaz.
Sincretismo religioso
Quando as muitas religiões africanas foram agrupadas no que ficou conhecido no Brasil como Candomblé, o caráter social de proteção ao grupo a que servem os orixás ficou prejudicado. Como vieram para o País integrantes das mais diversas religiões, os orixás também eram diferentes.
Não eram raros os casos em que guerreiros inimigos prestavam atividades comuns pela imposição da escravidão, prejudicando o caráter social da crença.
As muitas nações africanas cultuavam seus próprios orixás e, conforme a atividade, muitos exibiam nomes diferentes, embora fossem idênticos. É o que ocorre, por exemplo, com Nangô, também chamado de Lembá, ou Exú, ainda conhecido como Legbá ou Bombogira.
Fonte: Toda Matéria