Antônio de Jesus Souza, (Ara júnior) nascido em 6 de junho de 1966. É filho do Senhor Josué Bispo de Souza e da Senhora Altamira Maria de Jesus.
O nome artístico é uma inspiração baseada no nome do ex vocalista da Banda Araketu, Tatau. Nascido e criado na comunidade do Morro da Alegria, a vida não era fácil, pois seu pai era operário e quebrava brita com sua mãe e tinha que aguardar alguém aparecer para comprar a lata de brita, caso isso não acontecesse, a situação ficava delicada. Ara júnior, relata que chegou a passar fome.
” Antigamente não tinha progresso, não tinha escola, quando não aparecia ninguém para comprar a brita que era quebrada pelos meus pais, realmente a gente passava fome, eu passei fome, foi muito duro.”
Aos 12 anos, teve a oportunidade de adquirir uma caixa de picolé, daquelas caixa amarela de antigamente para vender e auxiliar no sustento. Assim começou a ajudar seus pais que ficaram doentes e não tinha condições de os sustentar, e então aos 12 anos, Ara Júnior, já colocava a feira em casa para todos os seus irmãos.
Ele, começou a frequentar a sorveteria de Juraci, localizada nas proximidades do antigo Polivalente. De lá, surgiu a oportunidade de aprender a palitar picolé e enrolar. Foi então que ganhou uma graduação na sorveteria, porque o Senhor Juraci, o promoveu para o cargo de confiança, que era entregar os picolés aos meninos, fazer a conta deles e prestar conta ao Senhor Juraci.
”Toda a situação de logística, de recurso financeiro da sorveteria, passava por mim, e ainda assim sobrava tempo para poder seguir minha caminhada de músico, de cantor. Porque um general que apareceu lá em casa, o Senhor general de Cesino, me ouvia cantando e dublando no motorradio e ele me resgatou de lá e disse: ‘você cantará agora para o povo ver.’ E foi aí que comecei a ser conhecido na cidade e logo de cara, Paraíba, me chamou para fazer um teste. Fiz e lá passei muito bem. Porém, era aquele rapaz tímido, não tinha aquela ideia, aquela ousadia. Mas logo veio a oportunidade de cantar em uma banda que iria tocar nas campanhas política, foi feito um trio artesanal, um trio caseiro, sem muita qualidade. Quando um trio se encontrava com o outro na rua, o trio que eu estava cantado era rotulado de trio corrão. As pessoas, não entendiam que era a aparelhagem ruim e isso me deixava desanimado.”
Passada a campanha política, pintou a oportunidade de ser cantor da banda, que acompanhava à época Beto Boto e Claudinho. Ara era o cantor principal, eles saíram fazendo excussões em várias cidades e na oportunidade, ele aparecia mesmo porque contava muitas músicas do Chiclete com Banana, Asa de Águia e ali agradava o público. Tanto é que em Iaçu, Ara, deixou sua marca.
Passado o roteiro com Beto Boto, cantou também com Bezel Marques, que fazia as Serestas de rua e ele então estava, por lá, dando uma canja, sempre dava uma canja cantando Raça Negra. Foi quando então Bezel, se interessou pelo seu trabalho.
” O apelido Araketu inclusive quem me batizou foi Bezel Marques, né? Devido ao corte do cabelo que fazia, idêntico ao de Tatau. A gente foi assimilando, até que eu me enquadrei também no repertório de Seresta, a Forró, e aí foi dando tudo certo e o Quarto Sucesso realmente foi uma marca muito positiva que ficou na nossa história. Após isso aí, no Quarto Sucesso aí, eu passei a construir família. Hoje sou pai de quatro filhos. E aí, me dediquei mais à família, enfim, ao trabalho, porque música, para fazer música aqui exclusivamente era muito difícil, né, então eu tinha que trabalhar duro para criar meus filhos e deixar eles do jeito que eles estão hoje, graças a Deus.
Com certeza, me orgulhando, porque eu não tive escola de ponta, escola de qualidade, a minha escola foi só um ensino fundamental, mas sou uma pessoa que me dedico muito ao aprendizado, a curiosidade, a pesquisa, enfim… Por isso que tenho essa facilidade de dicção, ao falar e hoje eu não fico tão atrás, nem distante das coisas que a educação oferece.”
Voltando a outra etapa, da vida, onde realmente é de dar uma tristeza muito grande no meu coração. Foi quando ao viajar para Anguera, onde pegava a feira livre lá. Ao chegar em Ipirá, encontrou a casa da sua mãe no chão. A água muito forte bateu na casa que era praticamente só de tijolos e muito antiga, veio a chuva com grande intensidade e acabou a derrubando. Porém, Ara estava com recurso, pensando em fazer uma moradia para si, mas teve que desfazer da ideia porque sua mãe não iria para outro lugar.
” Ela ficou ali, entendeu? Até debaixo de um pé de árvore ela ficou ali, mas não queria sair dali de perto da casa dela, aquilo me comoveu muito e tive que fazer um bingo solidário. Foi a primeira ideia que tive que Deus colocou na minha mente foi um bingo solidário é onde vi as pessoas tudo querer ajudar, um ajudou com um bloco, outro com cimento, outro com recurso, enfim… Aí foi que ajuntei com recurso que tinha e graças ao bom Deus, em tempo recorde, a casa foi levantada e ela sorriu à toa, ela sorriu à toa, com esse efeito. A partir daí que me entreguei totalmente a ação social, entendeu? Porque achei bom, achei ótimo. A gente também poder fazer isso para outras pessoas.”