- Ao cuidar da rotina diária, quase ninguém nota que embaixo dos pés repousa uma notável comunidade de diversas plantas, animais e micróbios que compõem os solos. Eles são um grande reservatório da biodiversidade global, apoiando a agricultura e a segurança alimentar, regulando as emissões de gases de efeito estufa e promovendo a saúde vegetal, animal e humana.
- Para a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), é necessário agir para manter o solo vivo e proteger sua biodiversidade. Saiba como e porquê.
Sábado, 2 de janeiro de 2021
Ao cuidar da rotina diária, quase ninguém nota que embaixo dos pés repousa uma notável comunidade de diversas plantas, animais e micróbios que compõem os solos. Eles são um grande reservatório da biodiversidade global, apoiando a agricultura e a segurança alimentar, regulando as emissões de gases de efeito estufa e promovendo a saúde vegetal, animal e humana.
Para a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), é necessário agir para manter o solo vivo e proteger sua biodiversidade. Saiba como e porquê:
Reserva de biodiversidade: Os solos abrigam comunidades subterrâneas. Existem mais organismos vivos em uma colher de sopa de solo do que pessoas na terra. Um solo saudável e biodiverso inclui vertebrados, invertebrados, vírus, bactérias, fungos, líquenes e plantas que fornecem uma infinidade de funções e serviços ecossistêmicos que beneficiam a tudo e a todos. Na verdade, os solos abrigam mais de 25% da biodiversidade do planeta, permitindo que eles permaneçam saudáveis e férteis. Todas as criaturas no solo alimentam e protegem as plantas e, em troca, nutrem o solo.
Biodiversidade essencial para alimentos: Os solos são essenciais para os sistemas alimentares, já que 95% dos alimentos são, direta ou indiretamente, produzidos neles. Solos saudáveis e com biodiversidade nos permitem cultivar uma variedade de vegetais e plantas necessários para uma boa nutrição humana. Os organismos no solo tornam os nutrientes disponíveis para as plantas. A nutrição depende da disponibilidade e do equilíbrio dos nutrientes nas partes comestíveis das plantas, o que depende da presença destes no solo. Portanto, quanto mais biodiverso é o solo, mais nutritivo é o alimento.
Biodiversidade necessária para saúde: A biodiversidade do solo é uma fonte importante de recursos químicos e genéticos necessários para o desenvolvimento de medicamentos. Os microrganismos do solo são usados para produzir antibióticos. A penicilina, por exemplo, um dos antibióticos mais usados no mundo, vem originalmente de um pequeno fungo que vive no solo. Pesquisas em solos saudáveis podem ajudar não apenas a entender o papel de microrganismos nos ecossistemas, mas também podem ser usadas para melhorar a segurança alimentar e para manter pragas e doenças sob controle. Estudos mostram que a exposição de crianças a microrganismos em solos saudáveis pode melhorar a resistência a doenças e prevenir problemas de saúde como alergias, asma, doenças autoimunes e depressão.
Biodiversidade contribui contra as mudanças climáticas: Os organismos do solo têm a capacidade de decompor ou limpar certos tipos de poluição, podendo decompor alguns poluentes orgânicos e convertê-los em substâncias não tóxicas. Além disso, os solos podem ajudar a regular a qualidade do ar e a emissão de gases de efeito estufa através do sequestro de carbono, que limpa o ar para respiramos.
Cultivo não sustentável: A biodiversidade do solo está em perigo. Algumas práticas de cultivo não sustentáveis, incluindo o mau uso de agrotóxicos nas lavouras, os efeitos das mudanças climáticas e a poluição, podem provocar consequências adversas na saúde e na biodiversidade dos solos. Mudanças no uso da terra, práticas insustentáveis de manejo, impermeabilização, poluição e aumento da frequência de incêndios podem danificar irremediavelmente a biodiversidade do solo e suas funções. Alguns ecossistemas podem nunca se recuperar.
Proteção do solo: O manejo sustentável do solo, adaptado ao tipo e uso, é parte integrante da proteção da sua biodiversidade. Algumas dessas práticas são simples: evitar a retirada de vegetação da cobertura, manter a diversidade de culturas, evitar monoculturas, compostar e usar abrigos naturais, como sebes, para ajudar a prevenir os efeitos erosivos do vento e da água em grandes campos. Outras práticas são mais complexas, como rotação de culturas ou a agrofloresta, por exemplo, que podem atenuar as mudanças climáticas através da redução e armazenamento de carbono na biomassa das plantas e dos solos.
Fonte: ONU