ETFs de Ethereum são liberados nos EUA; vale a pena investir?

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Os ETFs (fundos de índice) à vista de Ethereum (ETH) dos Estados Unidos, aprovados no final de maio deste ano, receberam autorização final da Comissão de Valores Mobiliários do país (SEC, na sigla em inglês) e poderão ser negociados a partir das 10h30 desta terça-feira (23).

“É oficial: os ETFs à vista de Ether foram efetivados pela SEC. Os formulários 424 (b), a última etapa, estão chegando agora (ontem). Todos os sistemas estão prontos para o lançamento amanhã (hoje) às 9h30 (10h30, no horário de Brasília). Que comece o jogo”, escreveu Eric Balchunas, analista sênior de ETFs na Bloomberg, no X (antigo Twitter), na segunda-feira (22).

Confira abaixo como os novos produtos com exposição direta à segunda maior criptomoeda vão funcionar, qual impacto deles na indústria e no preço do Ethereum e se faz sentido para o investidor brasileiro investir em algum deles, visto que já existem veículos financeiros semelhantes no Brasil.

O que é um ETF à vista de Ethereum?

Também chamado ETF spot de Ethereum, é um veículo financeiro que permite exposição aos movimentos de preço do Ether sem precisar negociar a cripto diretamente em alguma exchange. Até então, os EUA só tinham ETFs à vista de Bitcoin (BTC), aprovados e liberados para negociação em janeiro deste ano, e fundos de índice ligados a contratos de futuros de criptoativos.

Quais ETFs foram liberados?

Em maio, a SEC havia aprovado oito propostas de ETFs à vista de Ether. Na autorização emitida ontem, o regulador deu sinal verde final para todos os produtos, propostos por BlackRockFidelityInvesco GalaxyVanEck21SharesBitwiseFranklin Templeton e Grayscale. A Chicago Board Options Exchange (Cboe) informou já informou em seu site que eles serão liberados para negociação hoje pela manhã.

Qual impacto do ETF à vista de Ethereum no mercado?

Os ETFs de Ethereum têm potencial para atrair entre US$ 4,7 bilhões e US$ 5 bilhões nos próximos seis meses, segundo relatório divulgado pelo Citigroup na semana passada. Parte do capital, no entanto, poderia vir dos ETFs à vista de BTC, visto que investidores – principalmente os institucionais – podem achar os dois produtos semelhantes, segundo a instituição.

Diferente do Bitcoin, considerado uma commodity, o Etherum já esteve na mira do regulador. A liberação dos produtos em maio, no entanto, tirou o alvo das “costas” da cripto e pode ter aberto o caminho para outros fundos de índice de criptomoedas, segundo especialistas. “Lembre-se de que após o lançamento haverá fluxos e, com certeza, produtos adicionais de ETH, depois Solana (SOL). Provavelmente nunca vai acabar. A represa se rompeu”, escreveu Balchunas, da Bloomberg.

Richard Teng, CEO da Binance, disse no mês passado que o ETF spot de Ethereum sinaliza o “reconhecimento crescente e a aceitação mais ampla dos ativos digitais dentro dos ambientes tradicionais, particularmente em um mercado influente como os EUA. Isso se soma a um mercado já ativo para ETFs de ativos digitais”.

Como o brasileiro pode investir?

Os brasileiros também podem investir em fundos de índice de Ethereum nos EUA por meio de corretoras internacionais que listem os produtos com exposição direta à criptomoeda. Alguns exemplos são a Nomad, a Avenue e a Inter Global. A tributação é de 15% em cima de ganhos no exterior.

Vale a pena para o investidor brasileiro?

A bolsa brasileira já tem ETFs com exposição direta ao Ethereum, como o ETHE11, da gestora Hashdex. É provável que os produtos gringos sejam mais caros do que os locais para o investidor nacional porque são negociados em dólar. Na hora da conversão entre real a moeda brasileira há impostos, como IOF, e taxas. As corretoras internacionais têm tarifas de serviços e as gestoras do ETFs cobram valores que vão de 0,15% a 2,50%, segundo os documentos anexados pelos emissores. Produtos listados em bolsas americanas, por outro lado, costumam ter mais liquidez do que os locais.

Preço do Ethereum pode subir?

Assim como ocorreu com o BTC após o ETF à vista de Bitcoin, o Ether pode assumir um comportamento de “compre no fato venda no boato” em um primeiro momento e cair após o início da negociação, segundo relatório da empresa de análises K33. A cripto é negociada a US$ 3.525 na manhã desta terça, com alta de 1% nas últimas 24 horas.

“Mesmo com o lançamento do ETF de ETH no dia de hoje, o gráfico do ativo mostra sinais de queda, com a formação de uma deriva em topo (padrão que indica reversão). Não aconselho realizar compras de ETH no dia de hoje visando uma alta de curtíssimo prazo, pode ser perigoso”, disse Fernando Pereira, analista da Bitget.

No médio e longo prazo, no entanto, a perspectiva é positiva. Em análise recente, a empresa de gestão de ativos digitais Bitwise disse que a cripto tem espaço para subir 44% até o final do ano, para o patamar dos US$ 5 mil. A Steno Research é ainda mais bullish (otimista) e estima que o ativo digital pode atingir US$ 6.500 no mesmo período.

Fonte: Infomoney / Imagem gerada por Inteligência Artificial

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