LAB.Afro promove práticas educativas afrocentradas para estudantes da rede estadual

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A Bahia tem um histórico rico e diversificado das culturas e heranças africana e afro-brasileira, o que a torna um Estado ímpar para a implementação de políticas e práticas da educação antirracista. Esta pauta é trabalhada ao longo do ano letivo nas escolas da rede estadual de ensino. Agora, professores da rede estadual de ensino contam com a Sala do Laboratório de Educação Afrocentrada (LAB.Afro), um espaço que reitera a obrigatoriedade da aplicação das leis n° 10.639/03 e 11.645/08, que versam sobre o ensino da História e Cultura Africana, Afro Brasileira e Indígena. O espaço funciona no Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) em Gestão Severino Vieira, no bairro de Nazaré, em Salvador.

O LAB.Afro, que foi idealizado a partir do projeto coordenado pela professora do CEEP em Gestão Severino Vieira, Juliana Monique, vem promovendo, desde 2018, pesquisas e debates sobre a história e a cultura africana, afro-brasileira e indígena. Para a educadora, a sala é a materialização do projeto. “Acredito que é muito importante ter este espaço como estímulo à leitura e à produção científica, tecnológica e cultural dos nossos estudantes, a partir das perspectivas da matriz africana, para que eles possam acessar essas referências, desenvolver metodologias e implementar na prática as questões étnico-raciais no campo da Educação Profissional”, explica.

A professora destaca, também, que o laboratório oferece um acervo de literatura de autores negros e de pesquisa, assim como outras formas de expressão como, por exemplo, poesia. O espaço vai congregar uma série de outras atividades de vivências culturais. Neste momento, os alunos estão envolvidos com o 4º Festival de Arte de Mulheres Negras (ÌYÁ’S), que promove oficinas nas escolas e possibilita o acesso dos estudantes a espaços e equipamentos culturais da cidade.

Júlia Paim Freixo, 17 anos, estudante do 3º ano do Curso Técnico de Logística, conta que a sala a impactou desde a primeira visita. “Na hora que vi a parede repleta com rostos de pessoas conhecidas, mas que, ao mesmo tempo, não são valorizadas pelo trabalho que realizam, percebi o quanto esse projeto é importante”, revela, se referindo às fotos de personagens negros, como Dandara Palmares, guerreira e esposa do líder Zumbi dos Palmares; a jornalista baiana Rita Batista; e Zulu Araújo, arquiteto e mestre em Cultura e Sociedade, entre outras personalidades negras atuantes em vários segmentos. Ela avalia, também, que o laboratório afrocentrado faz parte de uma construção social, que influencia de maneira positiva os alunos da escola e será um marco na vida das próximas turmas.

Mais ações – Os esforços para fortalecer políticas de ações afirmativas para assegurar o acesso equitativo e a permanência na Educação Básica dos estudantes negros e indígenas envolvem, por exemplo, seminários, palestras, gincanas e apresentações artísticas e culturais, com temáticas voltadas ao cotidiano das unidades escolares de forma multidisciplinar, indo além das aulas de História. Além disso, em maio deste ano, o Conselho Estadual de Educação da Bahia (CEE) aprovou resolução uma normativa para o combate ao racismo nas escolas baianas, estabelecendo medidas firmes em relação a quaisquer casos de racismo que ocorram nas instituições de ensino do Estado.

Fonte: Ascom. Jornalismo / Foto: divulgação

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