Programa Sou Salvador promove capacitação empreendedora para 80 baianas

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Duas turmas com 80 baianas participaram do início das aulas da capacitação empreendedora ofertada pelo Programa Sou Salvador, na última segunda-feira (26), na sede do Serviço de Intermediação de Mão de Obra (Simm), no Comércio. Na atividade, as alunas trocaram vivências e receberam dicas para organização do tabuleiro, cuidados com a vestimenta, noções de planejamento financeiro, técnicas de atendimento ao turista, precificação e controle das habilidades emocionais.

Até o início de 2025, pelo menos 300 profissionais do segmento serão beneficiadas pelos cursos oferecidos pela Prefeitura, através das secretarias de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec) e de Ordem Pública (Semop).

Durante a abertura da programação de aulas, a diretora do Trabalho e Empreendedorismo da Semdec, Maria Eduarda Lomanto, destacou que o Sou Salvador tem como foco principal melhorar a qualidade dos serviços ofertados a partir do fortalecimento da autoestima e dignidade das trabalhadoras que atuam nesse nicho de mercado.

“Esse programa nos dá alegria há um ano e meio, e nosso objetivo é ampliá-lo cada vez mais. Hoje, estamos aqui com nossas baianas, símbolos da cultura da Bahia. Elas que estão por todos os cantos da cidade e fazem com que a recepção dos turistas que vem a Salvador seja um sucesso. É uma honra, para nós, capacitar essas mulheres que apresentam o que nossa capital tem de melhor, sempre com sorriso amigo, vendendo nossa comida gostosa”, disse.

Todas as baianas beneficiadas pelo curso são credenciadas pela Semop e vinculadas à Associação das Baianas de Acarajé, Receptivo, Mingau e Similares (Abam).

Baiana há 36 anos, Vilma da Conceição sente muito orgulho do ofício que garante o sustento da família e que também assegurou que um dos seus filhos pudesse cursar a faculdade de Medicina.

“Amo minha atividade. Por mais que já faça isso há quase 40 anos, sempre tem algo novo para aprender, para melhorar. Agradeço demais esse cuidado com a gente. A cada curso de reciclagem, a cada capacitação, nos tornamos profissionais melhores. Saindo daqui, com certeza, estarei mais motivada para arrumar meu tabuleiro, me arrumar bem bonita e tratar com muito carinho os turistas e baianos que consomem a nossa mercadoria”, afirmou.

Para ela, empreender na venda de acarajé e abarás, além de manter viva a herança familiar, fortalece o empoderamento da mulher negra. “Meu tabuleiro é tudo que tenho. Sou muito realizada sendo baiana desde muito pequena”, conta. Relatos históricos dão conta que as primeiras baianas do acarajé surgiram no Brasil Colônia, no tempo em que a escravidão ainda existia. Eram as mulheres africanas que deixaram para a descendência as receitas trazidas da bagagem culinária iorubá.

A baiana Sandra Nascimento foi uma das primeiras a chegar na capacitação e fez questão de sentar-se logo na primeira fila. Na opinião da vendedora de quitutes, as capacitações fazem toda a diferença na qualidade do atendimento ofertado ao cliente.

“Sempre tem algo novo para aprender, para aprimorar, é como se fosse uma reciclagem na nossa técnica de trabalho. O que aprendo aqui aplico no meu ofício, em minha casa, em minha vida. Venho com muita satisfação e saio daqui agradecida, afinal, vou ofertar um serviço ainda melhor para minha clientela”, pontuou.

Alcance – As formações profissionais do Sou Salvador já beneficiaram mais de 1,4 mil ambulantes e serão estendidas a pelo menos mais 1 mil profissionais até 2025. Todos os que passam pelos cursos recebem ao final do projeto certificados de participação.

Além disso, são beneficiados com novos fardamentos com número de identificação vinculado à licença, além de um QR Code para controle de pesquisa de satisfação dos serviços prestados aos clientes.

O suporte aos ambulantes é ampliado com a orientação dada através dos agentes de empreendedorismo do Parque Social que fazem um acompanhamento especializado das necessidades dos ambulantes, realizando, inclusive, orientações financeira e comportamental, apoio de acesso ao crédito e monitoramento das atividades e qualidade do atendimento para crescimento do negócio.

Fonte: Diga Bahia / Foto: Lucas Moura/ Secom PMS

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