Minotauro

UFC: Minotouro abre o jogo antes de última luta no MMA e fala sobre drama que quase tirou vida de Minotauro

esportes

Por Gustavo Faldon – Sexta, 24 de Julho de 2020

Antônio Rogério Nogueira, o Minotouro, irá se aposentar do MMA após enfrentar o compatriota Maurício Shogun Rua no UFC neste sábado, na Ilha da Luta, em Abu Dhabi.

Aos 44 anos, Minotouro tem uma carreira louvável no MMA. Ele pode não ter sido campeão do UFC e do Pride como seu irmão gêmeo, Minotauro, mas “Little Nog”, como é conhecido, tem um cartel com 23 triunfos e 9 derrotas, com vitórias diante de nomes como Tito Ortiz, Rashad Evans, Alistair Overeem e Dan Henderson.

Mas Minotouro sente que chegou a hora de parar. E justo numa trilogia contra Shogun, vencedor dos dois duelos anteriores, em 2005, pelo Pride, e 2015, já no UFC.

“A luta com Maurício é uma luta boa, a gente casou bem na primeira luta, a segunda foi a melhor luta da noite. Naquela segunda luta ficou aquela sensação de que não perdi, no terceiro round ele me deu uma queda onde eu puxei ele pra guilhotina. Eu estava levando, pode ser que ele tenha ganho o segundo round. Respeito pra caramba o cara, ele vem pra cima, gosta de nocaute, eu também, vou pra cima o tempo todo. É uma luta interessante. Estou planejando pra fazer minha última luta porque já lutei demais”, disse Minotouro, ao ESPN.com.br.

“Esse vai ser um dos motivos para eu poder continuar frequentando academia, me motivando: trabalhar com os atletas mais novos, fazer um novo campeão. Quando você vê novos lutadores vindo você sente também que é a hora de você parar para as novas gerações que estão vindo. Eu tenho pensado muito nisso. Minha vontade de vencer também está dividida entre fazer atletas. Quando eu comecei a sentir isso há uns anos, talvez tenha sido o primeiro indício. Acho que é a hora de parar um pouco de viajar e aproveitar a família”, completou.

O meio-pesado do UFC já tem ideia do que quer fazer quando se aposentar definitivamente do octógono. Uma dessas atividades incluem uma participação maior na busca de talentos da Team Nogueira, rede de academias de luta dele e do irmão.

“Eu estou envolvido muito com a Team Nogueira, estamos fazendo um trabalho com a garotda nova de projetos sociais, a gente tem um instituto que eu estou bem envolvido, fazendo trabalho forte com as crianças.E tenho um projeto meu de eventos, palestras”, explicou.

O início nas lutas

“Uma das coisas que marcou nossa infância foi ter começado muito cedo no judô. Minha mãe era professora de escola e montou uma academia de dança e ela não tinha tempo de cudar da gente e colocou judô na academia. Ela ficava ali sempre incentivando a gente, muito por causa do comportamento. Eu e meu irmão éramos hiperativos e ela queria disciplina. A gente começou a competir e ganhar competições e ela viu que a gente levava jeito pra luta”.

A origem dos apelidos

“Surgiram no mesmo dia. Tinha um cara na Bahia que fez sparring comigo de boxe e falou ‘Pô, esse moleque é duro’. E eu saí na porrada com ele, aí ele falou ‘Ontem fiz sparring com o Minotouro, hoje vou fazer com o Minotauro’. Aí o Rodrigo não gostou. E apelido quando você não gosta… Uma vez ele viu Rodrigo comendo um pratão e falou ‘O cara come pra caramba, é um Minotauro…’. E aí começou a história e pegou e todo mundo ficou chamando ele de Minotauro. Isso a gente devia ter uns 15 anos de idade”.

O drama vivido por Minotauro

“Rodrigo teve um acidente com 10, 11 anos de idade. Um caminhão atropelou ele, paramos de treinar mais ou menos um ano, um ano e meio, depois voltamos pra natação, até por indicação médica porque o Rodrigo tinha perfurado o pulmão dele. Quando meu irmão teve o acidente, ele ficou na UTI, tivemos que mudar de cidade, fomos às pressas pra Salvador, não tinha hospital bom em Vitória da Conquista. Ele fez 15 cirurgias dentro do hospital, no pulmão, fígado… o fígado dele esfacelou, minha mãe ficou morando com ele no hospital por 8 meses”.

A volta para as lutas

“Aí depois de um tempo voltamos pra luta, fizemos kickboxing. A gente gostava desse negócio de adrenalina de competir. Em Salvador meu pai botou a gente numa academia e aí e começamos a treinar boxe. Depois chegou um professor novo de jiu-jitsu, a gente já tinha uma base boa de boxe, judô, jiu-jitsu, e aí o Royce Gracie começou a lutar no UFC e a gente se inspirou e começamos a competir”.1200

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