Santos busca redenção enquanto Novorizontino desafia a história na Série B

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Escrito por Thiago Braga Duarte

Líder e vice-líder se encontram nesta segunda-feira, na Vila Belmiro

Nesta segunda-feira (23), às 21h, a Vila Belmiro será palco de um duelo que transcende os três pontos em disputa. Santos e Novorizontino, líderes da Série B, se enfrentam em um embate que carrega o peso de duas realidades distintas, mas igualmente simbólicas.

De um lado, o Santos, um dos maiores clubes do futebol mundial, cujo brilho foi ofuscado pela inédita queda para a segunda divisão. Do outro, o Novorizontino, um jovem clube de apenas 14 anos, que, apesar da curta história, carrega o DNA de uma gestão moderna, eficiente, e que caminha para firmar seu nome no panteão do futebol brasileiro.

O Novorizontino, que nasceu em 2010, preencheu o vazio deixado pelo Grêmio Esportivo Novorizontino, clube que encantou o interior paulista nos anos 90, mas que sucumbiu ao tempo.

As cores amarelo e preto, o tigre como mascote e o estádio Jorge Ismael de Biasi foram herdados do antecessor, mas com uma diferença crucial: a mentalidade. Com uma gestão meticulosa e uma estrutura sólida, o clube construiu uma trajetória de crescimento que desafiou as expectativas, acumulando resultados expressivos e se consolidando como uma potência do interior de São Paulo.

Na Série B de 2024, o Novorizontino ocupa a liderança com 50 pontos, um a mais que o Santos. A campanha da equipe reflete o espírito de superação que move o time. Fora de casa, os números impressionam: 21 pontos conquistados em 13 partidas. No Paulistão deste ano, o Tigre já havia dado mostras de sua força ao eliminar o São Paulo e chegar às semifinais, onde caiu diante do Palmeiras. Agora, a Série B parece ser o cenário ideal para mais um passo histórico, com o acesso à primeira divisão cada vez mais palpável e o título à vista.

Do outro lado, o Santos, que um dia encantou o mundo com Pelé e Neymar, busca cicatrizar a ferida aberta pela queda para a Série B. Um gigante que, apesar da tradição, enfrenta o desafio de se reconstruir. Sob o comando de Fábio Carille, o Peixe tenta, jogo a jogo, reencontrar o caminho para a elite. A cautela do treinador é notável.

– Neste momento, é a disputa do primeiro lugar. Não define nada, até porque faltarão 10 rodadas depois do jogo contra o Novorizontino. São 30 pontos em disputa – ponderou Carille, após a vitória sobre o Botafogo-SP, por 1 a 0, em Ribeirão Preto.

As três vitórias consecutivas trouxeram alívio, mas o confronto com o Novorizontino será o verdadeiro teste de fogo. Com um elenco renovado e a ambição de voltar ao seu lugar de direito, o Santos ainda se equilibra entre o presente árduo e o passado glorioso. Para Carille, o foco está claro.

– Para ser campeão, são cinco vitórias em 11 jogos. 64 pontos garantem o acesso. Quando chegarmos a 64, aí sim começaremos a pensar no título.

Eduardo Baptista, técnico do Novorizontino, conhece bem o peso do confronto. Mas o Novorizontino que entra em campo nesta segunda não é o mesmo que um dia poderia se intimidar.

– Sabemos da força, da história do Santos e da competência. Mas estamos trabalhando para chegar em Santos como o Novorizontino líder – declarou Baptista.

Sua equipe, que combina juventude e experiência, está pronta para duelar de igual para igual, e sabe que o jogo contra o Peixe é mais do que uma disputa pela liderança – é a chance de continuar construindo uma bonita história.

Esse será o terceiro encontro entre Santos e Novorizontino em 2024. Nas duas vezes anteriores, o Tigre do Vale levou a melhor, vencendo por 2 a 1 na Vila Belmiro, pelo Paulistão, e por 3 a 1 no Jorjão, pelo turno da Série B. Agora, com o acesso tão próximo, o Novorizontino quer provar que seu lugar no topo não é um acaso, mas o resultado de um projeto sólido e ambicioso.

Enquanto o Santos busca resgatar sua grandeza, o Novorizontino busca a ascensão, feita de suor, planejamento e ousadia. O embate na Vila será, em muitos aspectos, o retrato fiel do atual momento de ambos: um gigante em reconstrução e um pequeno que não se intimida diante dos grandes.

Fonte: Lance / Foto: Pedro Zacchi/AGIF


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