A Sabatina do Jorginho

cidades Ipirá

Por Agildo Barreto

Ou dá, ou vai dar a família Oliveira no couro: dia 6 de outubro. Em Salvador, o governador Jerônimo ‘O Herói do Sertão’, o senador JW e o ministro RC apoiam Geraldinho, que é 15, ‘o homem que tem a palavra no fio do bigode’: “o que ele fala, ele assume”. É cada uma figura.

Em Ipirá! O trio atacante, Jerônimo, Wagner e Rui apoiam o afilhado do outro senador Oto Alencar, que não seja afilhado, mas é o candidato Tiago do Vale, o preferido do senador. Acrescento que, o trio atacante não quer saber da candidatura ligada ao vice-governador Geraldinho, que também é vice, nesse caso vice-prefeita, Nina Gomes. Dizem que anda acompanhada de má companhia, a turma do Bolsonaro.

Em Salvador apoiam Geraldo; em Ipirá apoiam o time de Oto e corram imediatamente até Baixa Grande para que o Canário (da terra) não cante dobrado e tire do trono a turma do senador, do governador, do outro senador e do ministro. Tá vendo o tamanho da confusão.

Aí a turma do Tiago do Vale demonstrando uma certa impaciência falam e torcem para o governador comparecer à campanha em Ipirá. Tem necessidade? Aqui, o governador vai comer sobremesa de marmelada. Uma lata ou um tacho de marmelada. Tudo ao gosto do visitante. Em Baixa Grande ele tem um rolo de arame farpado para descer pela garganta.

Aí fica o candidato Tiago do Vale querendo a presença do governador. Será que é aperto e desespero? Parece que não! Pois Tiago na sabatina, disse que uma pessoa lhe disse: “por que vocês, ali no palanque, estão sempre alegres, se abraçando, dançando; por que essa felicidade toda?”

Ele deu lá a resposta dele. Mas vale uma pergunta para a pessoa: “ô pessoa! Vê lá se uma pessoa que vai controlar um bilhão de reais em quatro anos (um mandato), vai lá ter mais aperto na vida; vai lá ficar botando moeda no porquinho para o bicho ficar gordo; vai lá ficar depressivo, vivendo apertado, com o pescoço na forca?” O sujeito vai ficar é sonhando noite e dia, dia e noite. Alegria, alegria; ainda mais, quando o doce que está no prato é uma grande marmelada.

A outra candidata a prefeita, também participou da sabatina, muito empolgada, apesar das dificuldades à vista: sem vice ou com uma nova vice; mas mantém o retrato do vice que não é vice no comitê. Êta casamento malamanhado esse da vice com a jacuzada! Coisa sem futuro. Nem papel adesivo para carro tem no comitê. Como é que uma aliança dessa vai dar certo, se nem adesivo pode dá? Aí a candidata disse que no dia 6 de janeiro vai comemorar a vitória. Só se for o triunfo da marmelada! Vamos para a nossa novela.

LAÇOS DE FAMÍLIA

– Meu tio, deputado Oliveira! Minha tia errou feio na sabatina quando disse que vai comemorar a vitória do bicho de pena no dia 6 de janeiro.

– Meu sobrinho, ela não errou nada! Nós vamos comemorar a nossa vitória no dia 6 de janeiro.

– Como, meu tio deputado Oliveira? Se a eleição é no dia 6 de outubro, depois das seis horas o povo vai entupir as ruas comemorando, seja lá a vitória do bicho de pena ou do bicho de pelo.

– Meu sobrinho! Você não quer compreender as coisas. Em outubro acontecerá a eleição; o povo comemora a derrota, pensa que leva, mas não leva; quem vai leva a melhor é ‘uma banda de nóis’; ‘tá sabendo!’ Dezembro tem a nossa ceia de Natal, ‘só nóis!’ ‘tá sabendo!’ Dia primeiro, vai ter a posse e seis de janeiro a comemoração da nossa vitória; ‘é nóis na fita’; a nossa família vai tomar conta dessa terra por vinte anos. O resto que exploda, que se lasquem o bicho de pena e o bicho de pelo. Quem vai mandar no pedaço é uma única família e essa família é a nossa família Oliveira. O que é que você quer mais?

– Já entendi, meu tio deputado! É por isso que titia não bate em mim, só fica dando cotovelada no prefeito atual. Só tem uma coisa, eu não gosto de marmelada.

– Não importa, vá se acostumando a comer marmelada, tape o nariz e engula os pedaços, que ela escorrega na garganta.

FAMÍLIA É TUDO

– Oliveira, o nosso sobrinho tá ficando doido? – indagou sua esposa que é candidata.

– O que foi que ele fez dessa vez? – perguntou o deputado Oliveira.

– Na sabatina, ele disse que vai ensinar o povo de nossa terra fiscalizar as contas da nossa prefeitura.

– O quê? Ele teve a coragem de dizer isso? Como foi isso?

– O jornalista perguntou se ele ia fazer uma vistoria na prefeitura; coisa que eu vou fazer. Aí ele disse vistoria não se fazia necessária, que o correto era a fiscalização diária nas contas, que poderiam ser acompanhadas por qualquer pessoa no site da prefeitura, que ele ia ensinar ao povo como fazê-lo.

– Como é que um doido desse quer ser prefeito!? Quem já viu uma coisa dessa? Ensinar o povo ver? Botá olhos no povo, para o povo ver que 20 pessoas são os donos da fazenda; que 50 pessoas comem o filé; que 150 pessoas chupam um pedaço de tutano; que umas trezentas lambem o osso e que o rebanho de uma boiada de 48 mil cabeças votantes tá dominada e ferrada. Quem já viu uma coisa dessa? – disse indignado o deputado.

– Tem que fazer é como o prefeito dele que disse que ia prestar conta em praça pública, mas não disse que era uma praça pública feita pela sua gestão; na medida em que sua gestão não fez nenhuma praça pública, então ele ficou sem prestar conta. Êta, sujeito esperto do cão! – comentou a esposa dando uma esporada no prefeito que ela ajudou a sentar no trono.

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