Nesta sexta-feira (27), o Itaú Unibanco completa, de fato, 100 anos, após celebrações grandiosas realizadas neste ano. O show de Madonna para 1,6 milhão em Copacabana, o espetáculo da Fernanda Montenegro no Parque Ibirapuera e os garotos-propaganda de destaque, como Carlos Alcaraz, Jorge Ben Jor e Rebeca Andrade, levaram a celebração para além dos 70 milhões de clientes do banco.
Agora, os holofotes se voltam aos anônimos da instituição financeira, sejam eles clientes ou funcionários, em novas peças publicitárias que irão ao ar a partir desta sexta.
Na terça (24), o banco promoveu um evento na Sala São Paulo com clientes e parceiros, como fez no aniversário de 90 anos.
Desde então, o Itaú tornou-se a maior instituição financeira do Brasil, em termos de ativos totais, superando o Banco do Brasil em 2017.
Apesar de seguir líder em patrimônio e carteira de crédito, o banco perdeu o posto de mais valioso em Bolsa para o Nubank em maio (R$ 335 bilhões ante R$ 360 bilhões). A aposta do mercado é que a fintech, listada na Bolsa de Nova York, tem mais espaço para crescimento do que o banco centenário.
Por enquanto, o Itaú segue como o mais lucrativo entre os grandes bancos do país, com um ROE (Retorno sobre o patrimônio) de 22,4% no segundo trimestre deste ano e um lucro líquido de R$ 10 bilhões no mesmo período, à frente dos concorrentes diretos.
A carteira de crédito total soma R$ 1,3 trilhão, uma alta anual de 7%. Mesmo aumentando os empréstimos, financiamentos e cartões de crédito, a inadimplência do banco segue a menor entre os pares, em 2,7%, 0,3 ponto percentual menos que no mesmo período de 2023.
Para Rafael Reis, analista do BB Investimentos, o banco deve continuar acelerando a concessão de crédito com qualidade, de modo a manter o custo controlado.
“O novo patamar de ROE, acima de 22%, se sustentável, representa a quebra de um paradigma, estando associado a quanto o Itaú está de fato conseguindo expandir suas próprias fronteiras, agora dentro de um contexto digital”, diz Reis.
O banco projeta um crescimento da carteira de crédito total entre 6,5% e 9,5% em 2024.
Segundo o Goldman Sachs, os desafios da companhia se concentram na Colômbia e no Chile, onde o banco apresenta baixa rentabilidade. No Brasil, o risco é perder a liderança no segmento de alta renda, cada vez mais competitivo.
“Estamos bastante satisfeitos com os resultados consistentes deste trimestre, que demonstram a força e a solidez das nossas diferentes linhas de negócios”, disse Milton Maluhy Filho, presidente do Itaú Unibanco, sobre o último balanço do banco.
Maluhy, 48, substituiu Candido Bracher no comando do banco em 2021, quando o então CEO atingiu 62 anos, idade máxima para o cargo de presidente imposta pelo banco.
RAIO-X ITAÚ UNIBANCO
Lucro líquido projetado para 2024: R$ 40,7 bilhões
Valor de mercado: R$ 335 bilhões
Carteira de crédito: R$ 1.254,1 bilhões
Ativos: R$ 2.932 bilhões
Funcionários no Brasil e no exterior: 96,2 mil
Agências e pontos de atendimento: 3.342
Principais concorrentes: Bradesco, Santander, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Nubank.
Folhapress / Foto: Divulgação Itaú