Daltonismo: saiba mais sobre a condição em crianças

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Especialista dá dicas de como identificar o distúrbio em crianças

O daltonismo é uma condição visual que se caracteriza por uma alteração na percepção das cores. Também conhecido como discromatopsia, o distúrbio possui grande incidência, já que afeta 8% dos homens e 0,5% das mulheres no mundo todo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o daltonismo atinge cerca de 8 milhões de pessoas só no Brasil. Apesar de ser comum, sua presença pode ser despercebida durante a infância, impactando no desenvolvimento educacional e social das crianças.

Por isso, é essencial estar atento aos sinais desde cedo e buscar o diagnóstico. Esse cuidado pode mudar a trajetória de uma criança, garantindo que ela tenha acesso a ferramentas necessárias para se desenvolver.

Como funciona?

Cada cor apresenta um comprimento diferente de onda de luz. Quando ela alcança o olho por meio da reflexão, atravessa o cristalino e se projeta na retina.

É essa região ao fundo dos olhos que capta os estímulos luminosos e os transformam em impulsos elétricos. Dessa forma, é possível transmiti-los ao cérebro através do nervo óptico.

Na retina, existem dois tipos de células fotorreceptoras: os cones e os bastonetes. Os cones são responsáveis pela visão diurna e percepção das cores. Eles podem ser de tipos diferentes, e cada um responde ao comprimento de onda das cores vermelho, azul e verde.

Já os bastonetes funcionam com pouca luz e não são sensíveis à diferenciação de cor. Por isso, eles possibilitam uma melhor visão noturna e periférica, produzindo imagens em preto e branco.

Assim, o daltonismo é decorrente de uma alteração no pigmento dos cones, ou da ausência das células fotorreceptoras. Essa condição interfere na capacidade individual de distinguir e perceber algumas cores do espectro.

Tipos de daltonismo


A deficiência na identificação das cores se divide em três tipos:

Deuteranopia: ausência ou diminuição do pigmento verde, sensível às ondas de comprimento médio. A pessoa enxerga em tons de marrom
Protanopia: diminuição ou ausência do pigmento vermelho, sensível às ondas de comprimento longo. A pessoa enxerga em tons de bege, marrom, verde ou cinza
Tritanopia: dificuldade para enxergar ondas curtas como os diferentes tons de azul e amarelo. A pessoa enxerga em tons rosados
Diagnóstico e tratamento

Mayra Melo, que é oftalmologista do CBV – Hospital de Olhos, explica que o diagnóstico de daltonismo deve ser feito por um oftalmologista. Por meio da utilização de testes específicos, como o Ishihara, é possível avaliar a percepção das cores.

A identificação precoce do daltonismo é essencial para garantir que a criança receba o suporte necessário. “Os pais devem observar sinais como dificuldade em distinguir cores básicas, como vermelho e verde, ou quando a criança troca frequentemente as cores ao desenhar ou colorir”, orienta.

Além disso, é comum também que os pais notem uma preferência por roupas de cores neutras ou frequência da dificuldade em atividades que envolvam a diferenciação de cores, como jogos e brincadeiras. “Em muitos casos, a criança pode sentir frustração ou desinteresse em atividades escolares que envolvem cores”, alerta a especialista.

Apesar de não haver cura para o daltonismo, o diagnóstico permite a orientação e adaptação das crianças. “O uso de ferramentas adequadas, como material escolar com contrastes fortes e a utilização de óculos ou lentes com filtros especiais, pode fazer toda a diferença no desenvolvimento acadêmico e na autoestima da criança”, afirma a profissional.

Nesse sentido, a conscientização sobre o daltonismo entre pais e educadores também se faz fundamental. Isso porque é por meio dessa articulação que a condição recebe o reconhecimento e tratamento necessários.

“Muitas vezes, o diagnóstico só ocorre quando a criança já está na escola, o que pode atrasar a implementação de medidas que ajudem no seu desempenho. Por isso, é fundamental que, ao menor sinal de dificuldade com cores, os pais busquem a orientação de um oftalmologista”, conclui a oftalmologista.

Fonte: Saúde em dia / Foto: Shutterstock

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