Por Rodrigo Santana ( Portal Ipirá City) – Sexta, 19 de março de 2021
Te ver não é mais tão bacana quanto a semana passada.
Cazuza
No livro: “Felicidade – Modos de usar” o filósofo Mario Sergio Cortella diz que:
“Uma parte das coisas por nós apreciada só o é por que se ausenta”. […] É muito bom ter saudade, por que isso permite que você, ao vivenciar a ausência, possa fruir o encontro”.
O problema dos relacionamentos é que algumas pessoas quando estão namorando, noivos ou casados começam a sufocar o (a) parceiro (a) com a sua constante presença como se isso fosse sinônimo de dar atenção. Parece que a pessoa está tão empolgada com o fato daquela relação está dando certo no momento que começa a investir todo o seu tempo livre naquela pessoa sem perceber que pode por tudo a perder justamente por agir dessa maneira, pois segundo o filósofo Clóvis de Barros Filho:
“toda esperança seria inseparável do temor”. […] Quem espera ser amado, teme a indiferença”.
Nota-se que mesmo que a pessoa tenha a sua consciência esclarecida por meio de conhecimentos espiritualistas de que ela não tem o poder de controlar a vida do outro ou ele da outra, na prática da relação parece que a insegurança cega e ela ou ele incorpora um Sherlock Holmes é passa a investigar os passos do outro ou da outra o tempo inteiro.
É valido aqui fazer alguns questionamentos: Por que antes do namoro com aquela pessoa você saia sempre com os seus amigos ou suas amigas e agora ou você desapareceu da vida deles ou delas ou só sai como eles se o seu namorado ou sua namorada estiver interessado (a) em ir para o mesmo ambiente? Será que você não está agindo assim por que tem medo dele ou dela sair só com os amigos ou amigas e outra mulher ou outro homem dar em cima dele ou dela e você perder o (a) namorado (a)?
Talvez por isso que o filósofo Nietzsche tenha dito que “o casamento é o túmulo do amor” ou por que o poeta Carlos Drummond de Andrade no poema: “A Hora do Cansaço” diz que ao cansarmos “rebaixamos o amor ao estado de utilidade”. Se não quer que a sua relação caia na rotina. Torne-a uma aventura por meio de viagens e no cotidiano procure se ausentar algumas vezes da vida do outro ou da outra! Fará bem aos dois!
Rodrigo Santana Costa é professor e escritor. Publicou a obra: “Clarecer”.