A Prefeitura de Santo Amaro, sob a gestão do prefeito Falaviano Bonfim (União Brasil), decidiu não conceder apoio financeiro às bandas marciais que tradicionalmente participam do desfile cívico de 2 de Julho, data histórica que celebra a independência da Bahia. A medida foi criticada por setores políticos e culturais, que consideram a decisão um retrocesso no incentivo à cultura popular e à juventude da cidade.

Ausência de apoio compromete participação de grupos tradicionais
De acordo com a vereadora Luana Carvalho (PT), a ausência de repasse compromete a presença de diversas corporações musicais no evento. Segundo a parlamentar, essas bandas desempenham papel fundamental na preservação do patrimônio cultural imaterial de Santo Amaro, especialmente por sua atuação nas festividades alusivas à luta pela independência, iniciada na própria região do Recôncavo Baiano.
“Ao negar incentivo às bandas, o gestor municipal atinge diretamente a cultura popular e a juventude que, com dedicação e esforço, mantém viva essa tradição tão significativa”, declarou a vereadora.
Crítica à gestão municipal e ao slogan oficial
A vereadora também questionou a coerência entre o discurso institucional da gestão e a prática administrativa. O slogan do governo municipal, “Tradição e Prosperidade”, foi citado como exemplo de contradição frente à ausência de incentivo à manifestação cívico-cultural.
“Repudiamos com veemência essa postura do prefeito, que demonstra descaso com a cultura, a educação musical e com os artistas locais”, afirmou Luana.
“O slogan tenta exaltar a tradição, mas a prática é de apagamento cultural”, completou.
Pedido de revisão da decisão e valorização das bandas marciais
A parlamentar solicitou que a Prefeitura reconsidere a decisão e garanta a presença das bandas marciais no desfile do 2 de Julho, ressaltando que a motivação dos músicos não é financeira, mas sim a preservação histórica e o orgulho de integrar a celebração da independência baiana.
“Exigimos respeito com as bandas marciais e com todos os envolvidos na construção de uma cidade que valoriza a arte, a cultura e sua história. O 2 de Julho é do povo. E o povo tem cultura, tem música e tem voz”, finalizou a vereadora.
Impacta negativo na cadeia cultural e educativa
A decisão da Prefeitura de Santo Amaro reflete um posicionamento político-administrativo que impacta diretamente a cadeia cultural e educativa do município. Ao abdicar do fomento às bandas marciais, o governo municipal limita a participação de jovens músicos e enfraquece uma manifestação historicamente enraizada na identidade baiana. Além disso, a medida gera desgaste simbólico diante de uma das datas mais relevantes da história estadual, fragilizando a coerência do discurso institucional sobre valorização das tradições locais.
Fonte: Jornal Grande Bahia / Foto: Reprodução