A Bahia está representada na segunda edição do Encontro Sudamericano de Ciencias y Tecnologías, realizado em Assunção, no Paraguai. Cerca de 20 estudantes de seis colégios estaduais apresentam, até sexta-feira (5), 12 projetos de pesquisa e iniciação científica, juntamente com trabalhos de toda a América do Sul. Voltado ao protagonismo estudantil, o evento busca estimular os intercâmbios científico, educativo e cultural, além de valorizar a criatividade dos jovens.

A experiência internacional dos estudantes faz parte do Edital nº 23/2024, lançado pela Secretaria da Educação do Estado (SEC) para financiar a participação em eventos nacionais e internacionais das produções estudantis desenvolvidas dentro dos projetos estruturantes de iniciação científica e de tecnologias. Estão inclusos, entre os benefícios para os projetos selecionados no edital, custo para passagens, hospedagens, alimentação e inscrição no evento.
Entre os projetos, está o “E-Papel: uso da fibra de coco para fabricação de papel sustentável”, do Colégio Estadual da Bahia – Central, de Salvador. A ação tem como objetivo a reutilização da fibra de coco e do papel industrial, por meio do processo de reciclagem desses materiais, diminuindo os impactos negativos causados pelo descarte do coco e a fabricação de papel industrial.

Fonte/Crédito Fernanda Brito
“Ter esse contato direto com o público mostra a importância dessa comunicação, porque percebemos que muitas pessoas não sabem como fazer essa reutilização. E participar de uma feira internacional acaba agregando ainda mais porque temos um feedback de pessoas de outro país”, destacou Camille Rodrigues, 17, representante do grupo que desenvolveu o projeto E-Papel e estudante do curso técnico em Hospedagem, no Colégio Estadual da Bahia – Central, em Salvador.
Para a professora de Química e orientadora do projeto “E-Papel”, Fernanda Pereira, a oportunidade de apresentar o trabalho fora do país significa a possibilidade de proporcionar ao estudante, a partir da pesquisa, a disseminação de conhecimento em diversos ambientes. “Como professora, podemos oportunizar que o estudante expanda o que é feito na escola em espaços que não imaginaríamos. E o edital se torna uma ferramenta de empoderamento, protagonismo e emancipação desses alunos como sujeitos ativos na sociedade”, avaliou.
Do projeto “Medicina ancestral na tradição viva do Sertão da Bahia: explorando a cientificidade por trás da fé no Território do Piemonte do Itapicuru”, a estudante Maria Eduarda Cerqueira, 16, 2ª série do Ensino Médio, do Colégio Estadual de Tempo Integral Nelson Maia, em Ponto Novo, falou sobre a valorização dos saberes tradicionais da sua localidade. “O tema fala como a ciência, a fé e a tradição se encontram no cuidado com a saúde. Nosso objetivo foi investigar quais são as bases científicas por trás dessas práticas medicinais tradicionalmente justificadas pela fé e como essa discussão pode ajudar no reconhecimento e na valorização dos saberes tradicionais”, relatou.
A professora de Química, Luana Moura, orientadora do projeto “Medicina ancestral”, destacou que a feira é uma grande oportunidade pedagógica para os alunos. “Conhecer diferentes culturas e projetos científicos e compartilhar o nosso conhecimento são atividades pedagogicamente muito enriquecedoras para que os estudantes tenham acesso a um aprendizado de qualidade”.
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Fonte: SEC-BA / Foto: Luana Moura