Filme “Aprender a Sonhar” estreia em outubro de 2025 e leva manifesto afro-indígena às salas de cinema

cultura

O longa-metragem “Aprender a Sonhar” (2025), dirigido pelo cineasta baiano Vítor Rocha, chega aos cinemas de todo o Brasil na quinta-feira (02/10/2025). A produção acompanha a trajetória de jovens de comunidades periféricas, quilombolas e indígenas na busca pelo ingresso e pela conclusão do Ensino Superior.

Filmado entre 2016 e 2022, o documentário foi realizado poucos anos após a instituição da Lei de Cotas (12.711/2012) e retrata os desafios, conquistas e impactos sociais da política de inclusão universitária no Brasil.

Histórias que revelam o impacto das cotas

A narrativa apresenta personagens como a quilombola Marina Barbosa, que se formou em medicina na UFBA, e Nadjane Cristina, ex-moradora de ocupação que conquistou casa própria e diploma universitário. O filme também acompanha Ana Paula Rosário, que cumpriu medidas socioeducativas e hoje é pesquisadora de sociologia, além dos irmãos Taquari e Tamiwere Pataxó, que concluíram o curso de Direito sem abandonar seus territórios e tradições.

De forma intercalada, as histórias ganham ritmo que conecta as vivências dos protagonistas, destacando o papel dos saberes ancestrais historicamente excluídos dos centros de produção de conhecimento.

Manifesto político e cultural

Para Vítor Rocha, o longa funciona como um manifesto afro-indígena, ao dar voz a corpos políticos historicamente silenciados na formação do Estado brasileiro.

“A política de cotas permitiu que 50% dos estudantes das universidades sejam hoje negros e indígenas. Nossas cosmovisões passaram a disputar o conhecimento acadêmico, contribuindo para o desenvolvimento institucional”, afirma o diretor.

Ele convida professores, estudantes, sindicatos, centros acadêmicos e o público geral a ocuparem as salas de exibição para fortalecer o cinema independente e afrocentrado no país.

Distribuição baiana e financiamento

distribuição é realizada pela Abará Filmes, enquanto a produção é da Caranguejeira Filmes, ambas baianas e lideradas por Rocha. Este é o quarto longa distribuído pela Abará Filmes, que também foi responsável por títulos como “1798 – Revolta dos Búzios”“Revoada”“Brazyl, uma Ópera Tragicrônica” e “Minha Cuba, Minha Máxima Cuba”.

O projeto foi viabilizado com recursos da Lei Paulo Gustavo Bahia, da Secretaria de Cultura da Bahia e do Ministério da Cultura (MinC). A produção contou ainda com apoio da Ancine/BRDE/FSA e do Governo Federal. As praças de exibição serão divulgadas no perfil oficial @abarafilmes no Instagram.

Fonte: Jornal Grande Bahia / Foto: ASCOM

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *