O Núcleo de Música Antiga da Bahia realiza neste domingo (23/11/2025), uma apresentação gratuita que integra as programações do Novembro Negro e do Novembro das Artes Negras. O concerto, intitulado “Barroco Afrofonia”, ocorre às 11h na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Pelourinho, em Salvador, com entrada sujeita à lotação.
O programa reúne exclusivamente obras de compositores afrodescendentes do período barroco, abrangendo produções entre os séculos XVI e XIX. A iniciativa é resultado da parceria entre a Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA) e a Escola de Música da Universidade Federal da Bahia (EMUS-UFBA), por meio do Núcleo de Música Antiga da Bahia.
O repertório contempla nomes brasileiros e da Diáspora Negra que atuaram no contexto europeu, reforçando a proposta de evidenciar contribuições históricas pouco difundidas. A apresentação combina execução musical e recursos cênicos para contextualização das obras e de seus autores.
Compositores afrodescendentes na música barroca
Entre os destaques do programa estão Damião Barbosa de Araújo, José Pereira Rebouças, Luís Álvares Pinto, José Joaquim Emérico Lobo de Mesquita e José Maurício Nunes Garcia, além de representantes da Diáspora Negra como Vicente Lusitano, Ignatius Sancho e Chevalier de Saint-George.
O concerto busca ressaltar a presença de criadores afrodescendentes na formação da música erudita produzida no Brasil colonial e em centros europeus. De acordo com Lucas Robatto, flautista da OSBA e professor da UFBA, a proposta enfatiza o resgate histórico e a difusão dessas narrativas no repertório atual.
A apresentação incorpora trechos de textos e registros dos próprios compositores, integrando música e dramaturgia. A participação da atriz e dramaturga Dani Souza acrescenta elementos narrativos que reforçam o contexto histórico das obras.
Instrumentos de época
O Núcleo de Música Antiga da Bahia é formado por músicos especialistas em instrumentos históricos: José Maurício Brandão (cravo e teclados de época), Lucas Robatto (traverso), Thomaz Rodrigues (violoncelo barroco), Marco Catto (viola e violino barrocos) e Hugo Prio (oboé barroco). O concerto marca a segunda edição do projeto em 2025.
A iniciativa tem o objetivo de valorizar repertórios barrocos executados com instrumentos de época, preservando características sonoras originais. O trabalho conjunto entre OSBA e EMUS-UFBA amplia o acesso à pesquisa e à prática de música histórica no estado da Bahia.
Sobre a OSBA
Criada em (30/09/1982), a Orquestra Sinfônica da Bahia integra o Teatro Castro Alves e teve seu processo de publicização consolidado em (04/2017). A gestão é realizada pela Associação Amigos do Teatro Castro Alves (ATCA), organização social responsável pela administração do corpo artístico público, mantido com recursos do Estado da Bahia por meio da Secretaria de Cultura (SecultBA) e da Fundação Cultural (Funceb).
Fonte: Jornal Grande Bahia