A ostentação nas letras de músicas e a psicologia de Sigmund Freud

colunistas Rodrigo Santana

Sábado, 22 de maio de 2021

          Em um dos melhores documentários produzidos pela BBC intitulado: “O Século do Ego” é possível compreender por que dizem que aquele que é considerado o pai da Psicanálise: Sigmund Freud é um dos formadores do pensamento da modernidade, pois

há cem anos atrás, uma nova teoria sobre a natureza humana foi divulgada por Sigmund Freud. Ela dizia ter descoberto forças primitivas, sexuais e agressivas ocultas no fundo das mentes de todos os seres humanos. Forças que, se não controladas levariam o indivíduo e a sociedade ao Caos e a destruição”.

       Mas neste texto o nosso foco de análise não será sobre as teorias de Freud, mas como o seu sobrinho Edward Bernays se apropriou das teorias do seu tio sobre o comportamento humano e as usou para manipular as massas mudando totalmente a relação que tínhamos com os bens de consumo, Edward Bernays

       “Mostrou as corporações americanas, pela primeira vez, como elas poderiam fazer as pessoas quererem coisas que elas não precisam, ao associar bens de consumo aos seus desejos inconscientes”. Aos satisfazer os desejos egoístas das pessoas se pode fazê-las felizes, e portanto, dóceis”.

       Vê-se no status quo o quanto as massas induzidas por essa manipulação psicológica atribuem ao consumo a sensação de pertencimento a outra classe pelo simples fato de usar aquilo que a classe média usa. As grifes para as massas funcionam como uma espécie de distintivo. Além de ter o poder de fazer as pessoas se sentirem bem por poderem comprar o que antes foram induzidas a desejar mais não tinham condições para consumir.  É importante destacar que quando os artistas fazem parte dessa estratégia de marketing tanto eles como os seus fãs terminam por entrar na “Corrida dos Ratos”.

     Na letra da música: “Capitulo 4, Versículo 3 dos Racionais, o “preto tipo A” é aquele que está vestido de “de calça Calvin Klein, tênis Puma”. Ou seja, então aquele preto que não consome esse tipo de marca de roupa é um preto que deve ser considerado tipo B ou C. mas não é só o Rap que sofreu essa influência, os estilos musicais: Pagode Baiano, Axé, Sertanejo, Forró e Funk que ganhou a alcunha de “Funk Ostentação” terá de conviver com a crítica mordaz feita por Edu krieger na música: “Resposta ao Funk Ostentação”, uma letra que vale para todos os outros estilos musicais que compõem ou gravam esse tipo de música. A melhor influência que uma artista pode deixar para um fã em um país de pouquíssimos leitores foi feita pelo Rapper Criolo na música: “Duas de Cinco”:  

Alô, Foucault/’Cê quer saber o que é loucura?/É ver Hobsbawm na mão dos boy/Maquiavel nessa leitura.

Rodrigo Santana Costa é graduado em Letras Vernáculas e escritor Ipiraense.      

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