As operações de busca, interrompidas durante a demolição do restante do edifício de 12 andares que desabou em Surfside, perto de Miami, foram retomadas nesta segunda-feira, 5, apesar de a chance de encontrar sobreviventes ser “quase zero”, segundo um socorrista.
A busca por vítimas foi retomada esta manhã entre os escombros do edifício, informou a rede americana CNN, citando bombeiros locais, horas depois da demolição controlada do que ainda estava de pé do edifício.
O balanço provisório da catástrofe é de 24 mortos e 121 desaparecidos.
Com a aproximação da tempestade Elsa, que vem acompanhada de fortes ventos, as autoridades optaram por acelerar a destruição do edifício. A demolição controlada aconteceu pouco depois das 22h30 de domingo (23h30 de Brasília).
Passados 11 dias da tragédia, a possibilidade de encontrar sobreviventes é “quase zero”, disse Golan Vach, especialista que faz parte de uma das equipes israelenses no local. “Tentamos ser otimistas, mas também somos realistas”, acrescentou.
“As circunstâncias que vimos são muito difíceis para dizer, profissionalmente, que achamos que temos uma boa chance de encontrar alguém vivo”, completou Vach.
Apenas um sobrevivente, um adolescente, foi retirado dos escombros nas primeiras horas das operações de socorro. Nenhum outro foi encontrado, apesar da mobilização de equipes de resgate, procedentes de diferentes áreas do país e até de Israel e do México.
A maior parte do edifício de 12 andares Champlain Towers South desabou nas primeiras horas de 24 de junho, levantando uma enorme nuvem de poeira, em uma das maiores tragédias urbanas da história dos Estados Unidos.
As autoridades temiam que o restante do prédio desabasse, o que colocaria em risco as equipes de resgate. Os temores se agravaram com a aproximação da tempestade tropical Elsa, prevista para chegar nesta terça-feira à Flórida.
Ampliar a busca
A prefeita do condado de Miami Dade, Daniella Levine, explicou que “derrubar o edifício de maneira controlada era fundamental para expandir a operação de busca”.
Segundo ela, as equipes já não conseguiam aprofundar mais os trabalhos, devido ao risco de desabamentos.
O presidente Joe Biden visitou o local na quinta-feira e se encontrou familiares das vítimas.
Com fotos dos mortos e dos desaparecidos, um memorial foi improvisado pelos familiares em uma cerca de metal próxima.
Os sobreviventes informaram que foram acordados por volta de 1h30 do dia do desabamento, pelo que pareciam trovões que sacudiram seus apartamentos.
As equipes de emergência chegaram pouco depois do colapso e conseguiram ajudar a retirar dezenas de moradores. Cães farejadores e guindastes auxiliam nas tarefas de buscas.
Entre os desaparecidos, estão dezenas de latino-americanos procedentes de Argentina, Colômbia, Chile, Paraguai e Uruguai.
Embora tenha sido levantada a hipótese de falha na manutenção do prédio, ainda não há uma resposta clara sobre a causa do desabamento.
“Não temos provas sólidas do que aconteceu”, disse Biden na quinta-feira, ressaltando que existem “várias perguntas”.
Entre as dúvidas, o presidente americano mencionou a manutenção e a estrutura do edifício, as obras de construção próximas e o aumento do nível da água.
Um relatório de 2018 publicado por funcionários da cidade revelou temores de “danos estruturais importantes” no complexo.
Fonte: A Tarde