Bolsonaro atinge maior rejeição desde que assumiu governo, aponta Datafolha

Brasil política

Jair Bolsonaro (sem partido) nunca foi tão rejeitado pelos brasileiros, desde que assumiu o governo. De acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (8), 51% rejeitam o presidente. Maior índice dos 13 levantamentos feitos pelo instituto desde 2019.

A pesquisa foi feita presencialmente nos dias 7 e 8 de julho com 2.074 pessoas acima de 16 anos em 146 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.

Na última pesquisa, realizada em 11 e 12 de maio, Bolsonaro tinha seu governo avaliado como ruim e péssimo por 45% dos ouvidos. O crescimento da rejeição ocorreu em segmentos que viam o presidente como regular, em meio a denúncias de corrupção no Ministério da Saúde, atuação da CPI da Pandemia e os três primeiros dias nacionais de protestos.

A avaliação positiva do presidente, que havia atingido seu pior nível com 24% em março, seguiu estável.

Os que consideram Bolsonaro regular caíram de 30% para 24%, comparando com o levantamento de maio.

Grupos socioeconômicos

A pesquisa Datafolha desta quinta mostra que a erosão na popularidade presidencial é homogênea entre os diversos grupos socioeconômicos, com exceção de um recuo na rejeição entre mais ricos (seis pontos entre quem ganha de 5 a 10 salários mínimos e cinco, entre os que ganham mais de 10 salários).

É no grupo econômico mais populoso da amostra, dos que ganham até 2 salários, que a situação foi pior para o presidente. Entre eles, que compõem 57% da população, Bolsonaro viu sua rejeição acelerar de 45% para 54%.

No Nordeste, região mais carente que concentra 26% da população, passou de 51% para 60% a avaliação ruim ou péssima.

Bolsonaro segue sendo avaliado negativamente por mulheres (56%), jovens de 16 a 24 anos (56%), pessoas com ensino superior (58%) e os mais ricos (58%), apesar do recuo indicado.

Já seu desempenho é visto como mais positivo por quem tem mais de 60 anos (32% de ótimo ou bom), mais ricos (32%) e entre quem ganha entre 5 e 10 mínimos (34%).

No Norte/Centro-Oeste (15% da amostra), Bolsonaro é visto com um presidente ótimo ou bom por 34%. No Sul (15% da amostra), por 30%.

Seu pior desempenho é no Nordeste (60%), região na qual ele havia logrado uma melhora expressiva de avaliação no ano passado com a primeira fornada do auxílio emergencial para os afetados pela pandemia.

Empresários seguem sendo o único grupo (de apenas 2% da amostra) em que Bolsonaro goza de apoio maior do que rejeição: 49% o consideram ótimo ou bom.

Evangélicos

O presidente da República mantém seu apoio com melhores índices entre os evangélicos. Sua rejeição cai para 34% entre eles, e a aprovação sobe a 37%. Evangélicos somam 24% da amostra do Datafolha.

Bolsonaro é rejeitado por 72% dos homossexuais e bissexuais (8% da amostra, dividida igualmente entre os dois grupos).

Quando o quesito é racial, Bolsonaro atinge sua maior rejeição entre pretos (57%), com certa homogeneidade entre os demais grupos (brancos, pardos e amarelos).

Fonte: Bnews

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