O governo federal anunciou, nesta terça-feira (4), que a maioria das pessoas que responderam à consulta pública sobre a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19 foi contra a necessidade de receita médica para imunização dessa faixa etária.
O governo também informou que a maioria das pessoas foi contra obrigatoriedade da vacinação nessa faixa etária. O levantamento, entretanto, não permitia que as pessoas se manifestassem a favor dessa obrigatoriedade, ou seja: não havia uma pergunta que questionasse se as pessoas eram a favor da vacinação obrigatória. As perguntas da consulta já haviam sido bastante criticadas por especialistas.
A pergunta da consulta foi a seguinte: “você concorda com a vacinação em crianças de 5 a 11 anos de forma não compulsória conforme propõe o Ministério da Saúde”?
As respostas foram anunciadas pela secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, a médica Rosana Leite de Melo, durante a audiência pública realizada pela pasta para discutir o tema. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que já havia recomendado a vacina, não participou da reunião.
A secretária não detalhou a quantidade de respostas para cada opinião (contra ou a favor da necessidade de receita) nem sobre a concordância com a não obrigatoriedade da vacinação de crianças. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu a receita médica para vacinação das crianças.
Dúvida sobre respostas
Segundo Rosana Leite de Melo Melo, 99.309 pessoas responderam à pesquisa. Na véspera, entretanto, o próprio Ministério da Saúde havia informado que recebeu cerca 24 mil respostas à consulta pública.
A dúvida sobre a quantidade de respostas se deve ao fato de que, inicialmente, as respostas à consulta pública estavam sendo recebidas em uma plataforma de formulários da Microsoft. A plataforma, entretanto, esgotou a sua capacidade de recebimento de respostas.
Depois disso, o Ministério da Saúde criou uma nova página para a consulta, esta hospedada em uma página oficial do governo – que recebeu, no total, 23.911 respostas.
Na segunda-feira (3), o g1 questionou o ministério sobre quais respostas seriam consideradas para o levantamento dos resultados: se apenas as da segunda página, do governo, ou se também as do formulário inicial. A pasta não deu retorno.
A consulta feita pela pasta tem sido criticada por especialistas e pelos próprios técnicos da Anvisa. O Brasil tem cerca de 20,5 milhões de crianças de 5 a 11 anos de idade, segundo o IBGE.
Fonte: g1
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