Por Priscila Figueredo ( Portal Ipirá City) – Segunda 31 de agosto de 2020
Numa terça logo cedo, checando as redes sociais na hora do café, leio mais uma notícia de suicídio. Uma moça bonita, estudante de psicologia que usava as redes sociais para falar sobre ansiedade e depressão. Fora abandonada pelo noivo um dia antes do casamento, o mesmo anunciou o fim do relacionamento pelo WhatsApp. Com a cerimônia paga, resolveu casar-se consigo mesma. Foi duramente criticada. Não suportou.
Fiquei refletindo a fragilidade das relações e o quanto tornamos nossa vida numa vitrine virtual pra juízes ferrenhos e senhores de si atrás da telinha. Refleti também como nossa geração é acelerada e cobra sempre que estejamos bem, que superemos todas as dores de forma rápida, esquecendo que tudo é um processo e que cada pessoa tem seu ritmo de cura.
A exposição nas redes sociais nos coloca em evidência pra simpatizantes e antipatizantes, recebemos energias boas e ruins também, temos que ter um eu muito forte e um psicológico capaz de filtrar só aquilo que nos edifique. Seremos bombardeados por todo tipo de comentário, é preciso termos consciência disso. Se na vida real as pessoas fingem, no mundo virtual isso é intensificado pelo anonimato e pelo jogo de interesses que há por trás da telinha: curtidas, seguidores, financiadores, etc.
Não podemos culpar as redes sociais pelas ruindades, afinal, são as pessoas que as alimentam. Que saibamos alimentar nossas redes com empatia, luz e bem, pois o virtual é reflexo do ser humano ou desumano do mundo do real!
Priscila Figueredo Soares é professora da rede pública estadual da Bahia e autora da página @estesiapoetica