Projeto de lei apelidado pelos críticos de ‘Don’t say gay’ foi criticado pela Casa Branca
By Debora Maia – Quinta, 10 de fevereiro de 2022
O Comitê de Educação do Senado da Flórida aprovou nesta terça-feira (8) o projeto de lei HB1557 que proíbe as escolas públicas de abordar temas relacionados a orientação sexual e identidade de gênero. A medida, apelidado pelos críticos de “Don’t Say Gay” (Não Diga Gay), ainda precisa passar por mais dois comitês de senadores antes de seguir para sanção do governador Ron DeSantis, que já se manifestou favorável ao texto. Questionado por repórteres em um evento em Miami na segunda-feira, DeSantis defendeu que é “totalmente inapropriado” que os professores conversem com os alunos sobre esses assuntos. “As escolas precisam ensinar as crianças a ler, a escrever, apenas isso”, disse o governador. O projeto também recebeu apoio da organização Parental Rights in Education, que representa pais de alunos. Segundo o grupo, discussões sobre identidade de gênero “não são adequadas para crianças”. A medida bane totalmente o conteúdo dos anos primários e prevê restrições quando for abordado entre os alunos mais velhos.
Chasten Buttigieg, marido do secretário de Transportes do governo federal, Pete Buttigieg, comentou pelas redes sociais que, se transformado em lei, o projeto vai marginalizar ainda mais os alunos e professores que se identificam como gays, lésbicas ou transgênero. “Isso vai matar as crianças”, escreveu Chasten, citando um estudo do Projeto Trevor que aponta que 42% dos jovens LGBTQ tiveram pensamento suicidas em 2021.
Pelo Twitter, o presidente Biden também condenou a potencial legislação da Flórida e disse que seu governo irá “continuar a lutar pelas proteções e segurança” que a comunidade LGBTQ merece. “Quero que cada membro da comunidade LGBTQ -especialmente as crianças que serão impactadas por essa lei detestável-saiba que você é amado e aceito como você é”, postou o presidente. A conta oficial da Casa Branca também fez uma publicação dizendo: “Hoje, políticos conservadores da Flórida avançaram na lei destinada a atacar crianças LGBTQI+”. Projetos similares já surgiram também em estados como Arizona, Indiana e Oklahoma.