Apesar de ter declarado apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de imediato após sua saída do grupo de Rui Costa (PT) e Jaques Wagner (PT), o vice-governador da Bahia, João Leão (PP), voltou a dizer que, caso Lula, que é pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2022, queira seu apoio, terá que sinalizar.
“Ele precisa sinalizar para isso, conversar. Mas o meu interesse é ser senador dos baianos. Eu digo sempre, não quero ser senador de Lula, de [Jair] Bolsonaro, de Ciro Gomes, nem de [Sérgio] Moro. Quero ser senador dos baianos. E modéstia à parte, pelo que fiz como deputado federal, como vice-governador, tenho como ocupar o cargo. Vou trabalhar, fazer da Bahia um dos primeiros estados da federação brasileira”, disse Leão em entrevista ao Bahia Notícias no Ar, na rádio Salvador FM, nesta segunda-feira (28).
Leão também destacou o papel de independência do Progressistas na Bahia e minimizou as conversas de que o presidente nacional da sigla, Ciro Nogueira, sentia desconforto em justificar em Brasília o apoio do PP baiano ao PT, já que no plano nacional faz parte da sustentação do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“O PP aqui do estado… Sou vice-presidente nacional do PP, o PP aqui [na Bahia] é independente. Na primeira eleição de Lula, o PP não era aliado com Lula, tinha uma divergência na época, principalmente o PP do Rio Grande do Sul, do Paraná, o PP mais à direita. E tem o PP mais de esquerda, que era o meu PP. Não tem problema. E me dou maravilhosamente bem com Ciro Nogueira e estou na posição de Neto: ganhe o presidente que ganhar, nos vamos estar lá resolvendo as questões da Bahia”, afirmou Leão.
“Nós temos três senadores, dois são do lado de Lula, Jaques Wagner e [Angelo] Coronel, Otto está saindo. Um senador vai sobrar, o senador que vai ter para ajudar Neto é João Leão. Você acha que se Otto se eleger vai ajudar Neto? Nunca. Eu quero ajudar a Bahia. Essa é a maneira moderna de fazer politica, melhorar a vida da pessoas”, acrescentou o vice-governador.
CHAPA E SUPLÊNCIA DEFINIDA
O “Bonitão”, como é chamado, também foi questionado sobre as discussões para a composição da chapa majoritária encabeçada por ACM Neto. Com Leão alçado ao Senado, resta apenas a definição para a vice. Ele, contudo, disse que prefere não “colocar a colher” na decisão e fez afagos a três nomes colocados na disputa.
“Todos os três, se pudesse escolhia os três. Não meto minha colher, todos são meus amigos. Félix Jr., Marcelo Nilo é um amigo querido, pessoa que realmente tinha amizade com o pai e o irmão e Zé Ronaldo foi meu colega de deputado federal, uma figura maravilhosa. Não quero colocar colher nessa história”, comentou.
“Minha suplência está definida, será Ronaldo Carletto, deputado federal, tem um trabalho excepcional no sul da Bahia e é uma pessoa que vem somar, me ajudar, para termos um grande mandato nós dois juntos. Eu não vou ser aquele senador que vai dizer que não dou [espaço]. Tiro um mês de férias, Ronaldo vem aqui e assume [o cargo de senador]. É uma pessoa amiga, que tenho certeza que não vai desejar que Leão vai morrer (risos)”, finalizou.
Fonte: Bahia Notícias