O Exército russo anunciou, nesta quarta-feira (20), que realizou com sucesso o primeiro teste de disparo do míssil balístico intercontinental Sarmat, uma arma de nova geração e muito longo alcance que servirá, segundo o presidente Vladimir Putin, de alerta aos inimigos do país.
“Trata-se de uma arma única, que reforçará o potencial militar das nossas Forças Armadas, vai garantir a segurança da Rússia contra as ameaças externas e vai fazer aqueles que ameaçam nosso país com uma retórica desenfreada e agressiva pensarem duas vezes”, declarou Putin, após o anúncio televisivo do teste balístico.
“Ressalto que na criação do Sarmat foram usados apenas conjuntos, componentes e peças de produção nacional”, acrescentou, em anúncio na televisão. Segundo Putin, o míssil balístico intercontinental pesado de quinta geração Sarmat é capaz de “derrotar todos os sistemas antiaéreos modernos”.
Em vídeo, o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, disse que o lançamento ocorreu do centro de Plesetsk, na região de Arcangel. Segundo ele, o míssil atingiu o objetivo, o polígono de Kura, na península russa de Kamchatka, no extremo leste, a mais de 5.000 km de distância.
“Uma vez finalizado o programa de provas, o Sarmat passará a fazer parte das forças estratégicas russas”, afirmou Konashenkov.
As forças “estratégicas”, em sua definição mais ampla, são encarregadas, entre outras atividades, de intervir em caso de guerra.
Esta arma faz parte de uma série de outros mísseis apresentados em 2018 como “invencíveis” por Vladimir Putin. Entre eles estão os mísseis hipersônicos Kinjal e Avangard.
O Pentágono declarou, no entanto, que o teste realizado pela Rússia não é considerado uma ameaça pelos Estados Unidos e seu aliados. Moscou “notificou devidamente” a Washington sobre o teste em virtude das obrigações impostas pelo tratado nuclear, por isso “não foi uma surpresa”, afirmou o porta-voz John Kirby.
Em março, Moscou afirmou ter utilizado o Kinjal pele primeira vez contra alvos na Ucrânia.
O Sarmat, com peso de mais de 200 toneladas, teoricamente tem melhores resultados que seu antecessor, o míssil Voevoda de 11 mil km de alcance.
Em 2019, Putin disse que o Sarmat não tinha “praticamente nenhum limite de alcance” e que era capaz de “chegar a seus alvos através dos polos norte e sul”.
Fonte: R7