Por Priscila Figueredo – Quarta, 9 de setembro de 2020
Dos planos que foram interrompidos, das viagens que sonhava fazer, dos amigos, familiares, dos colegas de trabalho, alunos e alunas que nunca mais pude abraçar, conversar, aglomerar… saudade até das birras que fazem parte de qualquer relacionamento que perdura.
Hoje deu uma saudade tão doída de um mundo que já não existe mais, pelo menos não por agora…
Hoje também fiquei pensando nas mudanças que eram realmente urgentes e gritantes: a natureza se recompondo, os animais vistos em locais nada comuns num mundo pré-pandêmico; a desaceleração da economia, nos mostrando que o consumismo exacerbado é prejudicial e não benéfico; que educação, ciência e tecnologia salvam vidas e precisam cada vez mais de investimentos e valorização.
Pensando em tanta saudade do mundo lá fora, pude perceber que muitas vezes negligenciamos nosso eu, quando tantos apelos, cobranças e vozes se sobrepõem à nossa própria voz. Então, hoje, distante da rotina frenética, também foi possível matar a saudade que eu estava de mim mesma, de em silêncio calar as vozes e ouvir a Voz Suprema que rege o universo e habita em cada um de nós!
Priscila Figueredo Soares é professora da rede pública estadual da Bahia e autora da página @estesiapoetica.