À CNN Rádio, Alexandre Naime explica que uma piora no quadro de famílias sem saneamento básico também é responsável pelo aumento de 135% de casos da doença no Brasil
A disparada da dengue no Brasil em 2022 também é um fenômeno socioeconômico, na avaliação do vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alexandre Naime.
O Ministério da Saúde aponta um aumento de 135% no número de infecções entre janeiro e abril de 2022, na comparação com o mesmo período de 2021.
“Dois estudos publicados esse ano já analisaram cidades distintas do Brasil onde há uma relação direta entre queda de renda e aumento no número de casos de dengue,” explicou Naime à CNN Rádio.
“São pessoas que vão morar em locais menos propícios a ter saneamento básico de qualidade, próximos de rios, passaram a ter menos condição de fazer uma limpeza correta da casa e vão ter que acumular lixo ou material de reciclagem por terem perdido o emprego.”
A descoberta de uma nova cepa da dengue no Brasil é um possível agravante do cenário.
“Além de mais transmissível, essa variante do vírus provoca formas mais graves da doença, com fenômenos hemorrágicos e de queda de pressão arterial”, explica Naime.
A identificação desta cepa no Brasil foi comunicada pela Fundação Oswaldo Cruz no último dia 5.
O genótipo cosmopolita sorotipo 2 do vírus, que era uma linhagem já presente na Ásia, Pacífico, Oriente Médio e África, agora contaminou um morador de Aparecida de Goiânia.
Além da dengue, casos de outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, como Zika e Chikungunya, já registram aumento superior a 50% este ano.
Fonte: CNN Brasil