As buscas pelo jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Araújo avançam nesta quarta-feira (15). Informações apuradas pela CNN com fontes ligadas à investigação apontam que uma testemunha-chave afirmou à Polícia Federal que a dupla foi assassinada.
Durante o depoimento nesta madrugada, a mesma testemunha descreveu aos policiais o local onde os corpos teriam sido deixados.
Em entrevista à CNN, o secretário-executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Antônio Eduardo Cerqueira de Oliveira, afirmou que a criminalidade na região coloca em risco a vida de povos indígenas e da população local.
“Nesse território existem muitos rios, com uma diversidade muito grande de peixes e de várias espécies, inclusive ornamentais, que são caríssimas em todo o mundo. Portanto, existe uma indústria da pesca ilegal que se instaurou naquela região e, infelizmente, se fortaleceu nos últimos anos, colocando em risco a vida das populações que ali vivem e principalmente a vida dos povos indígenas”, afirmou.
De acordo com o secretário, madeireiros e garimpeiros ilegais também se articulam na região. “Se instaurou na região essa situação de ilegalidade e ao mesmo tempo de impunidade, principalmente com relação à falta de proteção às populações que vivem ali naquela região e, ao mesmo tempo, de depredação do meio ambiente, dos recursos naturais daquela região”, disse.
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) conta com uma base instalada na cidade de Atalaia do Norte, que atua a partir da demanda dos povos indígenas.
“Esse nosso apoio à luta dos povos indígenas e à proteção desses territórios indígenas na região é feita de forma acordada com os povos indígenas. Eles que definem a nossa forma de atuação e, ao mesmo tempo, o que devemos fazer. Eles nos trazem reivindicações e denúncias e a gente se soma junto com outros órgãos para poder fazer prevalecer os direitos constitucionais deles”, explicou o secretário.
Oliveira destacou a importância do trabalho dos órgãos públicos na região, como a Polícia Federal, a Fundação Nacional do Índio (Funai), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Na avaliação do secretário, há uma necessidade de reforço no investimento das instituições.
“Tem que ter uma estrutura melhor, tem que receber maior apoio do governo em termos de recursos financeiros, de recursos humanos e de estrutura. Portanto, esses órgãos precisam estar devidamente estruturados e melhor preparados para atuar naquela região”, disse.
Fonte: CNN
