Com investimento previsto de US$ 120 milhões, a fábrica da Unigel vai começar a produzir em 2023
A Unigel, de produtos químicos, anunciou o início da construção da sua primeira fábrica de hidrogênio verde, no polo petroquímico de Camaçari (BA), e deve dar a largada na produção do insumo no Brasil.
Já foram anunciadas outras fábricas nos portos de Pecém, no Ceará; de Suape, em Pernambuco, e do Açu, no Rio de Janeiro, mas elas ainda estão no papel.
Com investimento previsto de US$ 120 milhões, a fábrica da Unigel vai começar a produzir em 2023. A capacidade de produção será de 10 mil toneladas anuais de hidrogênio verde, que serão convertidos em 60 mil toneladas de amônia verde.
O hidrogênio verde é feito a partir da quebra da molécula da água utilizando energia renovável como matéria-prima. A amônia está despontando como a maneira mais econômica de armazená-lo e transportá-lo.
Ela pode ser utilizada tanto como ‘meio de transporte’ do hidrogênio, como em aplicações diretas diversas, como combustível para navegação e na fabricação de fertilizantes.
Em entrevistas ao Valor e ao Estadão, Roberto Noronha, presidente da Unigel, disse que a maioria da produção dessa amônia será exportada e que um cliente do setor de navegação já apresentou proposta de compra integral da amônia verde.
A Unigel já é a maior produtora nacional de amônia tradicional, produzida a partir de combustíveis fósseis, e escoa a produção para fora do país em dois terminais de exportação no Porto de Aratu, também na Bahia.
Numa segunda fase, a partir de 2025, a Unigel planeja atingir uma produção de 40 mil toneladas de hidrogênio verde, que também serão convertidas em amônia verde (240 mil toneladas). Para esta etapa, a ideia é procurar um parceiro para fazer os investimentos em conjunto.
A energia eólica a ser utilizada no processo virá da Casa dos Ventos. As duas empresas firmaram um contrato de fornecimento de 20 anos no valor de R$ 1 bilhão em setembro de 2021.
A planta de produção de hidrogênio verde da Unigel ficará entre as unidades de produção de amônia e de monômero de estireno. A fábrica utilizará três eletrolisadores de 20 MW cada um. Os equipamentos estão sendo produzidos pela Thyssenkrupp em Nucera na Itália e chegarão ao Brasil em setembro.
Fonte: Bahia.ba