Estátuas espalhadas por todas as regiões da cidade homenageiam cinco personalidades negras. Na música, na literatura e no esporte
Com a recente inauguração da estátua da escritora Carolina Maria de Jesus, em Parelheiros, extremo sul de São Paulo, já são cinco as estátuas espalhadas por todas as regiões da cidade, em projeto da prefeitura que homenageia personalidades negras. A escolha do local foi porque Carolina se mudou para lá em 1969, e lá permaneceu até 1977, quando a autora de Quarto de Despejo: Diário de uma favelada morreu. O livro, que se tornou um fenômeno, foi publicado em 1960.
“Minha mãe não foi uma mulher feliz, se você ver a vida dela, foi muito infeliz. Mas ela foi feliz em Parelheiros, em seu sítio”, afirma a professora de Língua Portuguesa Vera Eunice de Jesus Lima, filha de Carolina, ao portal Nós, mulheres da periferia. Inicialmente, a estátua estava em uma área mais afastada, mas um movimento (“Carolina Maria de Jesus merece estar na sala de visitas!”) reivindicou e conseguiu a instalação no centro do bairro. A obra foi feita pela escultora Néia Ferreira Martins.
No samba paulistano
Em abril, a cidade inaugurou a estátua do sambista e compositor Geraldo Filme. Está na Barra Funda, tradicional bairro da zona oeste, próximo à região central paulistana. Nascido no interior, ele foi um dos pioneiros da samba de São Paulo. É autor de obras como A Morte de Chico Preto, Batuque de Pirapora, São Paulo Menino Grande e Silêncio no Bixiga. Morreu em 1995.
A estátua de Geraldo Filme fica na Praça David Raw, nas proximidades do Memorial da América Latina, onde antes ficava o Largo da Banana. Também desde abril, a estátua e Deolinda Madre, a Madrinha Eunice, outro nome do samba, fundadora da escola Lavapés, está instalada na Praça da Liberdade, no centro.
Itamar e Adhemar
No final do ano passado, houve a concorrida inauguração da estátua do compositor Itamar Assumpção. Está no Largo do Rosário, na Penha, zona leste, onde o artista morou durante boa parte de sua vida. O museu que leva o nome de Itamar está organizando exposição no Centro Cultural São Paulo, até 4 de setembro.
As homenagens se completam com uma personalidade do esporte. Em maio, foi a vez do atleta Adhemar Ferreira da Silva, bicampeão olímpico. A obra está na altura do número 1.000 da Avenida Braz Leme, em Santana, na zona norte.
Fonte: RBA