Anac leiloa 15 aeroportos na B3; proposta única arremata bloco com Congonhas por R$ 2,45 bilhões

Brasil

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) realizou nesta quinta-feira (18), na sede da B3, na capital paulista, o leilão de concessão de 15 aeroportos públicos, espalhados por três blocos em seis estados.

Ao todo, as concessões garantiram R$ 2,716 bilhões em arrecadação. A expectativa do governo federal é que os vencedores invistam pelo menos R$ 7,3 bilhões na modernização dos terminais ao longo dos 30 anos de concessão.

O Bloco SP-MS-PA-MG incluía o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o segundo mais movimentado do país e um dos últimos grandes terminais ainda não administrados por operadores privados.

O grupo espanhol Aena Desarrollo Internacional venceu a disputa, com lance de R$ 2,45 bilhões, um ágio de 231,02% em relação ao lance inicial mínimo. Do total de investimentos previstos, R$ 3,3 bilhões estão somente em Congonhas — a “joia da coroa” do leilão.

É a terceira rodada de concessão de aeroportos realizada em blocos. Os 15 aeroportos encontram-se situados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará, Mato Grosso do Sul e Amapá.

Veja abaixo os detalhes de cada um dos blocos concedidos.

VEJA OS BLOCO LEVADOS A LEILÃO

Bloco SP-MS-PA-MG

Vencedor: Aena Desarrollo Internacional
Valor: 
R$ 2,45 bilhões
Ágio: 
231,02%
Lance inicial mínimo:
 R$ 740,1 milhões
Investimento previsto: R$ 5,8 bilhões

  • Congonhas/São Paulo (SP)
  • Campo Grande (MS)
  • Corumbá (MS)
  • Ponta Porã (MS)
  • Santarém (PA)
  • Marabá (PA)
  • Carajás/Parauapebas (PA)
  • Altamira (PA)
  • Uberlândia (MG)
  • Uberaba (MG)
  • Montes Claros (MG)

Bloco Aviação Geral

Vencedor: XP Infra IV Fundo de Investimento em Participações em Infraestrutura
Valor: 
R$ 141,4 milhões
Ágio: 0,01%
Lance inicial mínimo:
 R$ 141,38 milhões
Investimentos previstos: R$ 552 milhões

  • Campo de Marte/São Paulo (SP)
  • Jacarepaguá/Rio de Janeiro (RJ)

Bloco Norte II

Vencedor: Consórcio Novo Norte Aeroportos (Dix Empreendimentos Ltda e Socicam)
Valor: 
R$ 125 milhões
Ágio: 
119,78%
Lance inicial mínimo
: R$ 56,8 milhões
Investimentos previstos: R$ 875 milhões

  • Belém (PA)
  • Macapá (AP)

Regras do leilão

Saiu vencedor de cada bloco a concessionária que ofereceu o maior valor de contribuição inicial mínima.

O requisito mínimo de habilitação técnica foi a comprovação de experiência de processamento, em pelo menos um dos últimos 5 anos, de um 1 milhão de passageiros para o Bloco Norte II e 5 milhões de passageiros para os blocos SP-MS-PA-MG. No caso do Bloco Aviação Geral, o número exigido foi de no mínimo 200 mil passageiros ou, alternativamente, 17 mil pousos e decolagens.

Além da contribuição inicial a ser paga ao governo na assinatura dos contratos, as novas concessionárias terão que pagar uma outorga variável sobre a receita bruta — estabelecida em percentuais crescentes calculados do 5º ao 9º ano do contrato, tornando-se constantes a partir de então até o final da concessão.

Os valores projetados para os contratos contemplam uma receita estimada de R$ 15,2 bilhões para os 15 aeroportos, sendo R$ 11,6 bilhões para o Bloco SP-MS-PA-MG; R$ 1,7 bilhão para o Bloco Aviação Geral; e R$ 1,9 bilhão para o Bloco Norte II.

As regras do edital estabelecem investimentos mínimos de modernização nos aeroportos a serem realizados já nos 5 primeiros anos de concessão.

Fonte: G1