Nesta quarta-feira (14), a partir das 14h22 do horário local (10h22 em Brasília), o caixão que leva o corpo da rainha Elizabeth 2ª será trasladado em procissão pelo centro de Londres até o Palácio de Westminster. O caixão chegou na última terça-feira (13) ao Palácio de Buckingham, na capital britânica, após ter deixado a Escócia, onde Elizabeth 2ª morreu.
O rei Charles 3º e seus três irmãos, a princesa Anne e os príncipes Andrew e Edward, assim como seus filhos, William e Harry, acompanharão a comitiva a pé durante o trajeto de cerca de 40 minutos até a sede do Parlamento britânico.
Para marcar a ocasião, os sinos do Big Ben soarão e os canhões dispararão salvas do Hyde Park em homenagem à soberana que permaneceu mais tempo à frente do trono britânico.
A partir das 17h do horário local (13h em Brasília), os súditos poderão dizer adeus à soberana no Westminster Hall. O local aceitará visitações até 19 de setembro, dia do funeral.
A imprensa britânica calcula que cerca de 750 mil pessoas esperarão pacientemente para se despedir da rainha em filas que se estenderão por 10 quilômetros ao longo das margens do rio Tâmisa, dia e noite, até o momento do funeral.
“Melhor do que outros!”
Na madrugada desta quarta-feira (14), os primeiros da fila acordaram com cobertores, cadeiras de camping, barracas e capas de chuva, sinal de que haviam pernoitado. Atrás deles começaram a chegar pessoas que dormiam em casa, sob o olhar atento dos agentes mobilizados.
“A noite estava bem úmida e fria, mas eu tenho uma cadeirinha e um guarda-chuva grande, então fiquei bem seco. Melhor do que os outros!”, brincou Dan Ford, policial aposentado de 52 anos, que chegou ao local na terça-feira à tarde, com luvas e gorro.
Londres se prepara para receber uma maré humana para a procissão. “Eu nunca vi nada parecido… Você pode sentir isso chegando, e será enorme”, disse Rumesh, um guarda de segurança estacionado perto de Westminster, à AFP.
Na terça-feira, milhares de pessoas já enfrentaram o dia chuvoso para saudar a chegada do caixão da monarca ao Palácio de Buckingham, com aplausos e com a lanterna do celular. E, em Edimburgo, 33 mil pessoas prestaram suas últimas homenagens à monarca.
As autoridades pediram às pessoas em Londres que se vestissem “adequadamente” e alertaram que a espera pode durar horas, mesmo durante a noite. O público só poderá entrar na capela funerária com uma pequena mochila, mas sem comida nem água.
“Funeral do século”
Hotéis lotados, transporte atrapalhado, pubs cheios… A capital britânica se prepara para a grande homenagem popular que terminará na segunda-feira, antes do “funeral do século”, na Abadia de Westminster.
Mais de cem dignitários e outras personalidades devem participar, incluindo o presidente dos EUA, Joe Biden; o rei da Espanha, Felipe VI, e seu pai, Juan Carlos I; e o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, conforme anunciou uma fonte do governo.
Embora um documento da organização que vazou para a imprensa sugerisse que os dignitários teriam que pegar um ônibus para ir à abadia, os organizadores explicaram que os aliados mais próximos do Reino Unido poderiam usar os próprios meios.
O enterro da soberana que viu a passagem de 15 primeiros-ministros — desde Winston Churchill, nascido em 1874, até a atual, Liz Truss, nascida em 1975 — terá lugar no mesmo dia no Castelo de Windsor, numa cerimónia privada, o que confirmará o fim de uma era.
Entretanto, Charles 3º está instalado no poder, mas os seus primeiros passos não são isentos de polêmicas, como durante a sua visita à Irlanda do Norte, na terça-feira (13), em uma viagem pelas nações do Reino Unido, que terminará na sexta-feira, no País de Gales.
As imagens divulgadas mostram o novo rei irritado com uma caneta que parece perder tinta usada para assinar o livro de honra. “Oh, Deus, eu odeio isso! (…) Eu não suporto”, disse o monarca, conhecido por seu caráter caprichoso.
Fonte: R7