Exposição “Sonho, queda livre”, de Felipe Rezende, entra em cartaz na RV Cultura e Arte

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A partir desta quarta-feira (23), às 19h, a RV Cultura e Arte apresenta “Sonho, queda livre”, exposição individual do artista baiano Felipe Rezende, com texto de Catarina Duncan. A mostra apresenta um apanhado da produção do artista entre 2021 e 2022, quando ele aprofunda a pesquisa relacionada ao universo do trabalho braçal e precarizado, e o impacto dessas atividades extenuantes sobre os corpos.

Em obras guiadas por forças conflitantes, como desgaste e regeneração, homens em estado de repouso, ferramentas de trabalho lânguidas e vistas do céu ao final do expediente se tornam elementos recorrentes para construir desenhos, pinturas, instalações e vídeos. “Nesses retratos estão pequenas vinganças, de trabalhadores que insistem em cozinhar o galona hora do almoço, quebrar o brinquedo do patrão, arriar a bateria e compartilhar com a paisagem o sonho”, analisa Catarina Duncan.

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“A questão do trabalho está diretamente relacionada à questão do descanso – esses gestos tão cotidianos quanto universais se fazem presentes na produção de Felipe Rezende. Ao observarmos suas obras, vemos trabalhadores, humanos e não humanos, em estado de suspensão, seus corpos e estruturas levitam, derretem, se rompem e adormecem, afirmando o direito ao tempo, ao ócio e ao sonho”, completa a curadora no texto que acompanha o projeto.

Entre os trabalhos incluídos na exposição está a série Tempestade, bonança, um grupo de oito pinturas em óleo sobre lona locomotiva. Nestas obras, Felipe propõe um conjunto de fabulações sobre o intervalo entre jornadas de trabalho no campo, partindo de experiências pessoais — decorridas principalmente na cidade de Barreiras e adjacências — para se debruçar sobre o potencial delirioso dos momentos de pausa entre atividades extenuantes.

“As referências das figuras que abundam em minhas pinturas são sempre retiradas do meu entorno, da observação, de experiências como ajudante em diversos serviços no interior da Bahia e permeiam todos as obras, inclusive os trabalhos da série Tempestade, bonança, tempestade. Gosto de pensar que eu estou fundando uma espécie de universo ficcional, como na literatura de García Márquez, Samuel Beckett, Jorge Amado ou como no cinema de Tsai Ming-liang: narrativas que criam geografias em que personagens migram de uma obra para a outra, aparecem e desaparecem, instituindo um tecido social”, comenta o artista.

Sonho, queda livre
Exposição de Felipe Rezende
De 23/11/2022 a 07/01/2023, visitação gratuita
segunda a sexta, das 10h às 18h e aos sábados das 10h às 14h
Av. Cardeal da Silva 158, Rio Vermelho – Salvador/BA

Fonte: Alô alô bahia

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