O Carnaval começa no Brasil nesta sexta-feira (17) e se encerra na Quarta-feira de Cinzas, dia 22. A expectativa é que esse, que é um dos principais feriados do país, eleve a movimentação de carros nas estradas de Norte a Sul e, consequentemente, o consumo de combustíveis também.
O etanol passou a ganhar competitividade sobre a gasolina em algumas regiões do Brasil nas últimas semanas, chegando a 74% no último levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), e esse cenário deve beneficiar ainda mais o biocombustível.
“Depois do final do ano, o carnaval, apesar de mais curto, é o segundo feriado que mais tende a apresentar aumento da mobilidade no Brasil. Além disso, precisamos considerar que temos neste ano um cenário de menor temor em relação à disseminação da Covid-19”, explica Marcelo Di Bonifacio Filho, analista em inteligência de mercado da StoneX.
De acordo com o Estadão Conteúdo, mais de 7 milhões de carros devem trafegar pelas rodovias somente de São Paulo – maior estado consumidor do biocombustível no Brasil – a partir desta sexta, principalmente nos trechos de litoral, já que muitas pessoas tendem a passar o Carnaval nas praias paulistas.
O analista explica ainda que, nos postos, os consumidores olham apenas o preço e nem sempre tendem a considerar o cálculo de paridade da gasolina sobre o etanol – que ficou na última semana em 74% na média Brasil e favorável apenas no estado de Mato Grosso –.
“Ainda não temos um nível que estimula muito o consumo, mas precisamos lembrar que ele chegou a 78% no início do ano e agora caiu para cerca de 74%. O preço da gasolina subiu mais do que o etanol nas últimas semanas, o que faz com que os consumidores optem pelo uso do bicombustível”, explicou Filho.
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP) já verificou maior liquidez do mercado nos últimos dias. “Cálculos do Cepea indicam que o volume de etanol hidratado comercializado entre os dias 6 e 10 de fevereiro no mercado à vista de São Paulo aumentou quase quatro vezes em relação ao período anterior”, disse.
Antes, entre 30 de janeiro e 3 de fevereiro, o volume vendido do biocombustível foi o segundo menor da temporada 2022/23. Apesar disso, o preço médio semanal do etanol hidratado caiu, porque alguns negócios fecharam com valores mais baixos. Entre os dias 6 e 10 de fevereiro, o índice Cepea/Esalq do etanol hidratado (pago aos produtores de SP) fechou em R$ 2,6481/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins zero), 2,18% abaixo da semana anterior.
Considerando o anidro, que é misturado à gasolina, por outro lado, o indicador subiu 1,78% no mesmo período, para R$ 3,1318/litro, em média. “O bom ritmo de vendas de gasolina nas bombas tem motivado novas negociações de anidro no mercado spot”, destacou o instituto.
Diante de toda essa movimentação esperada na demanda, os preços do etanol tendem a subir esporadicamente nos postos, segundo Filho. “As distribuidoras se preparam para esses momentos e fizeram bons estoques. Então não devemos ter oscilações expressivas. Precisamos acompanhar também a questão dos tributos e a safra 2023/24”, diz o analista.
Possíveis mudanças em relação aos tributos federais, que seguem isentos aos combustíveis até 28 de fevereiro, podem também impactar na demanda pelo etanol, segundo Filho. A safra 2023/24 do Centro-Sul do Brasil, que começará em abril, também passará a ofertar mais do biocombustível.
A ANP divulgará nos próximos dias o levantamento de preços dos combustíveis aos consumidores.
Fonte: Notícias Agrícolas