Equipado com piso adesivo com feromônios, câmeras fotográficas, painel solar e conexão 4G, os equipamentos são similares às armadilhas convencionais, se diferenciando pela tecnologia empregada, que possibilita tirar fotos programadas do piso adesivo, identificar o tipo de praga e fazer a contagem dos insetos capturados através de inteligência artificial.
Controle preciso na identificação de pragas, redução do uso de pesticidas, aumento da produtividade e acompanhamento constante são algumas das vantagens oferecidas pelas armadilhas eletrônicas inteligentes para o monitoramento remoto das lavouras, sistema que ainda está em fase de testes, mas que promete revolucionar a agricultura ao trazer mais agilidade e assertividade na tomada de decisões.
Equipado com piso adesivo com feromônios, câmeras fotográficas, painel solar e conexão 4G, os equipamentos são similares às armadilhas convencionais, se diferenciando pela tecnologia empregada, que possibilita tirar fotos programadas do piso adesivo, identificar o tipo de praga e fazer a contagem dos insetos capturados através de inteligência artificial. “Com essa tecnologia o produtor faz o monitoramento remoto diário da população de insetos no campo, sem precisar visitar todas as armadilhas para fazer a contagem porque o próprio sistema faz esse trabalho. Com a detecção precoce, o produtor ganha bastante agilidade para implementar medidas de controle mais eficazes e precisas, reduzindo desta forma o uso de pesticidas e diminuindo os custos de produção”, ressalta o gerente de Negócios da Jacto Next, Fabio Torres.
Integrada a uma plataforma digital, usa algoritmos próprios que utilizam o aprendizado ativo para identificação e contagem de insetos. Conforme Torres, a inteligência artificial implementada no sistema garante a identificação de pragas primárias e secundárias em uma mesma armadilha e em diferentes cenários. “Através do módulo de Monitoramento Integrado Inteligente de Pragas da plataforma Ekos é possível cadastrar os talhões que serão monitorados, selecionar as pragas que deseja monitorar e, até mesmo, criar missões de instalação e manutenção para armadilhas eletrônicas e convencionais, além das missões de scouting, que permitem tirar fotos do piso adesivo das pragas com o celular, para o caso das armadilhas convencionais em que esta função não é automatizada, integrando essas informações à plataforma Ekos, ou seja, após a coleta manual das fotos os insetos são identificados da mesma forma que na armadilha eletrônica”, explica Torres.
Pelo sistema é possível acompanhar e visualizar todas as missões cadastradas no talhão, os mapas de intensidade de infestação de acordo com o talhão, além do mapa com todas as armadilhas instaladas na lavoura. “No sistema cada armadilha assume uma cor de acordo com níveis de alerta, controle e dano econômico pré-cadastrados, o que permite uma visão geral da população de insetos e das flutuações que podem ocorrer”, expõe o profissional, acrescentando que ainda são geradas informações relevantes acerca dos principais sintomas causados nas plantas pelos insetos, além de características morfológicas específicas de cada praga. “O catálogo de pragas auxilia o produtor na escolha correta das pragas que deseja monitorar na lavoura”.
Inicialmente a nova tecnologia está sendo testada em lavouras de soja do Paraná e em alguns outros estados produtores da cultura. Torres explica que as armadilhas são espalhadas com feromônios no piso adesivo para atrair as lagartas Helicoverpa armígera, Spodoptera cosmioides (lagarta-preta) e Chrysodeixis includens (lagarta-falsa-medideira), principais pragas encontradas no cultivo da oleaginosa. “A agricultura vai ser cada vez mais preditiva e assertiva, fazendo com que o agricultor se anteceda a problemas, evitando que eles ocorram. É a partir deste conceito que foram criadas as armadilhas inteligentes”, frisa.
Para o sistema identificar a localização da armadilha cada uma tem um código, o que facilita a troca do piso adesivo com feromônios, feita a cada 15 dias. “Toda a gestão é realizada pelo sistema, que nos avisa quando é preciso fazer a manutenção da armadilha”.
Eficácia comprovada
As armadilhas eletrônicas inteligentes foram expostas ao público durante o 35º Show Rural Coopavel, realizado em janeiro na cidade de Cascavel, na região Oeste paranaense, e o lançamento do produto deve ocorrer no segundo semestre deste ano. “Ainda estamos em fase de testes, entendendo como o sistema funciona. Depois dos testes experimentais na Jacto Next agora colocamos as armadilhas em condições de campo para ver se realmente confirma tudo que a gente obteve de resultado nos testes iniciais. Estamos indo muito bem, conseguimos identificar as principais pragas da soja, fazer a contagem e enviar em tempo real as fotos para o produtor acompanhar de onde estiver como que está o nível de infestação das pragas em sua lavoura”, garante, contando que a agora trabalham para aumentar o número de pragas que as armadilhas inteligentes conseguem catalogar usando os feromônios. “Após a eficácia comprovada de todas as etapas vamos definir o modelo e a forma como será introduzido no mercado”, afirma Torres.
De acordo com o profissional, o nível de assertividade chega a 95% para as principais pragas da soja, tanto no reconhecimento quanto na quantidade. “O que comprova que funciona muito bem. Quanto mais usarmos maior será o nosso aprendizado e novas melhorias podem ser empregadas no sistema”, salienta.
Em relação ao milho, o gerente da Jacto Next adianta que já foram feitos alguns testes e que a armadilha apresentou resultados satisfatórios. “Para o milho muda o feromônio usado, mas funciona muito bem. Também estamos buscando outras culturas, como café e citrus, para iniciar a fase de testes”, diz.
Soluções para conectividade no campo
As ferramentas que coletam, armazenam, analisam e compartilham dados de forma digital estão cada vez mais presentes no campo. No entanto, apesar de máquinas autônomas controladas remotamente, equipamentos com inteligência artificial, internet das coisas, drones para mapeamento do campo já ser realidade na área rural, em muitas localidades o uso destas tecnologias esbarra na falta de infraestrutura de conectividade. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 71% da área rural não tem cobertura de internet no Brasil. “Como nosso país é continental torna mais difícil a conexão com a internet em lugares longe dos centros urbanos, em que há menor concentração de pessoas”, analisa Torres, ampliando: “Mas quando se tem alguma carência no mercado a iniciativa privada busca soluções, entre elas está o Programa ConectarAgro, que fomenta a expansão do acesso à internet nas mais diversas regiões agrícolas e rurais do país”, menciona.
Dentre as alternativas para o produtor ter uma ampla cobertura de internet em sua propriedade está a aquisição de uma torre, rádio, antenas e tecnologia LTE 4G 700 MHz. “Com isso poderá ter todos os maquinários, celulares e computadores da fazenda conectados em uma torre própria. Tem também outras soluções como por satélite ou pelo sistema Zigbee – que é uma rede de baixa potência para conectar dispositivos uns aos outros. Acredito que em até quatro anos a cobertura 4G não será mais problema em nenhum lugar do mundo”, pontua Torres.
O profissional também lembra que além de ofertar novas tecnologias é preciso ensinar o agricultor a usar essas ferramentas para obter melhor produtividade e rentabilidade da lavoura. “É preciso entender que esse é um caminho sem volta, o quanto antes o produtor buscar conhecer e entender as informações geradas pelas novas tecnologias mais rápido vai conseguir adotar as melhores práticas no campo para aumentar a produtividade das lavouras e a rentabilidade do negócio”.
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Fonte: O Presente Rural