- Ricardo Senra – @ricksenra
- Enviado especial da BBC News Brasil a Miami
27 outubro 2020, 07:32 -03Atualizado Há 1 hora
Qualquer iniciativa internacional que traga recursos para o desenvolvimento sustentável da Amazônia e ajude a remunerar quem preserva a floresta é bem-vinda, desde que o Brasil mantenha liderança sobre discussões.
É esta a avaliação do embaixador do Brasil em Washington, Nestor Forster, quando questionado sobre a proposta do candidato democrata Joe Biden de destinar US$ 20 bilhões para investimentos e proteção da Amazônia, durante o primeiro debate presidencial dos EUA.
Em entrevista à BBC News Brasil, o chefe da diplomacia brasileira nos EUA diz que países ricos “têm dívida muito grande com o Brasil” e que um dos desafios na Amazônia é “remunerar quem contribui para a preservação da floresta”.
“Isso tem um custo, obviamente”, ressalta o diplomata, acrescentando que “há interesse em captar recursos que permitam o desenvolvimento sustentável na região da Amazônia” e que “se colocado à mesa, tema deve ser examinado de forma concreta” em um eventual governo Biden.
O interesse do embaixador se choca com a rejeição automática do presidente Jair Bolsonaro à mesma proposta.
“Brasil não mais aceita subornos, criminosas demarcações ou infundadas ameaças. Nossa soberania é inegociável”, escreveu o líder brasileiro em 30 de setembro, classificando a fala do democrata como “desastrosa”, “gratuita” e “lamentável”.
“Não estou aqui para julgar”, diz Nestor Forster sobre os ataques de Bolsonaro ao favorito nas pesquisas americanas. “O presidente sabe o que ele faz.”
Com quase 30 anos de experiência em relações Brasil-EUA e passagens pelos principais cargos do Itamaraty no país, Nestor Forster costuma dizer que “políticos têm uma linguagem, diplomatas outra e jornalistas, uma terceira”.
À reportagem ele afirma que o Brasil tem “a melhor relação com os dois partidos políticos”.
“Faz parte do nosso DNA: estar sempre dialogando, de portas abertas, preparado para o que é natural numa democracia, que é a alternância de poder.”
Em 30 minutos de conversa, Forster comenta a relação turbulenta com a bancada democrata no Congresso, os interesses dos quilombolas do entorno da base especial de Alcântara (MA) e os novos acordos e a aproximação entre Brasil e EUA.
Também responde sobre temas que puseram seu gabinete sob holofotes: dos incêndios na Amazônia e no Pantanal e a empreitada frustrada de Bolsonaro em emplacar o filho como embaixador, à visita de Steve Bannon à embaixada brasileira em Washington, quando Foster ainda era ministro-conselheiro.
“Recebemos qualquer cidadão americano que venha de boa-fé. Nós não discriminamos nem prejulgamos.”
Leia os principais trechos da entrevista exclusiva de Nestor Forster à BBC News Brasil.
BBC News Brasil – O que está em jogo para o Brasil nesse momento de eleições nos EUA?
Nestor Forster – A continuidade de um relacionamento que não começou ontem, tem mais de dois séculos, e adquiriu dinamismo muito grande com a convergência de visões de mundo dos dois chefes de Estado.
Acreditamos firmemente que, independente do resultado das eleições aqui nos EUA, essa agenda vai continuar e a importância do Brasil não vai mudar porque está esse ou aquele partido. Temos a melhor relação com os dois partidos políticos, como é natural em uma democracia.
BBC News Brasil – Bolsonaro apoia Trump abertamente e chamou a proposta de Biden para a Amazônia de ‘ameaça covarde’. Reiterar apoio a Trump quando Biden aparece como favorito é uma escolha sábia?
Forster – Fui indicado para ser embaixador em Washington pelo presidente da República e não estou aqui para julgar os atos dele. O presidente sabe o que ele faz.
Posso dizer que nossa relação vai continuar muito forte. A importância do Brasil como segunda maior democracia e segunda maior economia das Américas, depois dos EUA, vai continuar. Temos uma densidade muito grande de interesses na agenda bilateral que, acredito, não vão mudar substantivamente caso haja uma mudança na Casa Branca.
BBC News Brasil – Como viu essa ideia de Biden de um fundo internacional de US$ 20 bilhões, encabeçado pelos EUA, para preservação da Amazônia?
Forster – Um dos desafios muito grandes que temos na Amazônia é justamente de remunerar e recompensar aqueles que contribuem para a preservação da floresta e do meio ambiente. A legislação e o Código Florestal brasileiros são muito duros e firmes, sem paralelos com aqui nos EUA. Na Amazônia, exige que sejam preservados 80% da cobertura vegetal original onde se queira fazer um projeto de desenvolvimento econômico.
Isso tem um custo, obviamente, e houve esforços multilaterais, todo esse esforço enorme aí da Convenção de Paris, mas a verdade é que o Brasil tem créditos não recebidos desde o fim do Protocolo de Kyoto.
Há uma dívida muito grande de países preocupados com o meio ambiente e obviamente qualquer iniciativa que possa nos trazer algo para nos ajudar nessa área é bem-vinda, desde que naturalmente seja feito na base de cooperação e colaboração e que o Brasil lidere a discussão no tema, afinal estamos falando do território brasileiro.
BBC News Brasil – Cumpridos todos esses requisitos, a ideia seria bem-vinda.
Forster – Nós não temos detalhes ainda. Se for colocado algo assim à mesa, deve ser examinado de forma concreta. É algo difícil de discutir em tese.
O que digo é que, de fato, há interesse nosso, sim, em captar recursos que permitam o desenvolvimento sustentável na região da Amazônia, onde há 25 milhões de brasileiros que ostentam os índices mais baixos de desenvolvimento humano de qualquer região do Brasil.
Há uma preocupação muito grande do presidente Bolsonaro em trazer melhores oportunidades econômicas para essas famílias que vivem na região amazônica.
BBC News Brasil – Como o Brasil deve se comportar caso Biden se eleja?
Forster – Vamos continuar fazendo o que estamos fazendo. Não é algo que inventei. Estou encarregado aqui da embaixada há 15 meses, minha nomeação foi confirmada agora e estou aguardando para apresentar credenciais. Temos feito um trabalho que começou talvez com nosso primeiro embaixador aqui, Joaquim Nabuco, em 1905, que é de falar com todas as correntes políticas do país.
Esse é o trabalho diplomático, faz parte do nosso DNA: estar sempre dialogando, sempre de portas abertas, para justamente estar preparado para o que é natural numa democracia, que é a alternância de poder.
BBC News Brasil – Pode falar mais sobre esse diálogo? Como ele acontece na prática, com quem e que tipo de debate vem sendo travado?
Forster – Desde que assumi a embaixada, temos procurado reforçar a nossa presença e nosso diálogo, que é tradicional, por exemplo no Capitólio, no que chamamos de diplomacia parlamentar.
Temos falado com deputados e senadores dos dois partidos. Não é o caso de citar nomes, (são) os deputados-chave das comissões de assuntos de interesse do Brasil, na área econômica e comercial, meio ambiente, hemisfério ocidental. Temos um diálogo muito fluido com parlamentares dos dois partidos procurando sempre buscar a interseção dos interesses de EUA e Brasil, que é amplo e não depende de coloração partidária.
Temos um diálogo também muito bem estabelecido com pessoas ligadas aos dois partidos nos think tanks, pessoas que ocuparam cargos nessas administrações. Isso é um diálogo que não se dá em função de calendário eleitoral, mas que se dá de forma permanente.
BBC News Brasil – Parlamentares democratas da câmara reagiram aos protocolos assinados entre Brasil e EUA recentemente. O chefe do subcomitê de comércio da Câmara dos Deputados dos EUA, chamou Bolsonaro de “pseudoditador”. O chefe da Comissão de Assuntos Tributários disse que o protocolo foi um “tapa na cara do Congresso”. Essas pessoas estão entre os interlocutores da embaixada? Como responde aos comentários?
Forster – Procuramos falar com todo mundo. No caso de excessos verbais cometidos por um parlamentar, o que fazemos é chamar atenção e dizer que isso é inaceitável. Foi o que foi feito com o deputado que usou esse tipo de linguagem para se referir ao chefe de Estado brasileiro.
As relações entre países obviamente se beneficiam muito da proximidade entre chefes de Estado. É importante sobretudo em um momento em que se vira uma página, em que há uma mudança ou inflexão na relação, como foi a eleição do presidente Bolsonaro e esse esforço de realizar um potencial jamais realizado entre as duas maiores democracias e economias do nosso hemisfério.
Esse diálogo não depende só de duas pessoas. Ele vem por cima de dois séculos de história comum e valores compartidos: democracia, respeito aos direitos humanos e liberdades individuais, liberdade religiosa. Isso é o leito permanente da relação entre os dois países.
Em sociedades democráticas como Brasil e EUA, o Parlamento tem um papel-chave. Por exemplo, no ano passado, houve a aprovação do acordo de salvaguardas tecnológicas, que nos permite o lançamento de satélites civis lá na base de Alcântara, no Maranhão, e vai ajudar muito aquela região. Há grande interesse entre os Parlamentos.
BBC News Brasil – Sobre o acordo de Alcântara e direitos humanos. Recentemente, o senador Bernie Sanders e outros fizeram duras críticas a exploração da base, principalmente pela perspectivas das comunidades quilombolas da região. Como a possível remoção das áreas que ocupam há gerações foi pensada e discutida pela embaixada do Brasil?
Forster – Isso se aplica a questões sobre meio ambiente, Amazônia, direitos humanos, enfim: nós estamos aqui para tentar estabelecer os fatos e esclarecer quais são as políticas públicas do governo brasileiro.
No caso de Alcântara e quilombolas, houve distorção muito grande no que foi noticiado. O acordo de salvaguardas tecnológica não tem absolutamente nada a ver com comunidades que estejam localizadas próximas à base, não há uma linha sobre isso. Então, é algo que está sendo exagerado.
O que se sabe é que há um grande interesse, inclusive das autoridades locais no Maranhão, de que a base comece a funcionar e é uma alegria para nós que o Congresso tenha aprovado rapidamente o processo. As empresas estão fazendo fila para serem as primeiras a utilizar a base. Isso vai trazer investimentos para aquela região muito pobre, vai trazer infraestrutura e oportunidade de trabalho para as pessoas da região que é o que interessa, né?
BBC News Brasil – O senhor citou empresários, governo local, mas não falou sobre essas comunidades especificamente. Representantes destes quilombolas têm reclamado bastante do acordo. Como o caso deles especificamente foi levado em consideração?
Forster – Não sou especialista no assunto, mas entendo que há uma comissão específica cuidando disso na agência espacial brasileira, em contato com as comunidades, e o que há é um acordo de que qualquer movimentação que venha a ser feita acontecerá com anuência e participação das comunidades e de seu interesse. (NOTA DA REDAÇÃO: Em maio de 2020, uma decisão liminar da Justiça Federal proibiu a remoção de famílias quilombolas da região até que se realizem consultas abertas às comunidades afetadas. Em 27 de março, já em meio à pandemia do novo coronavírus, uma resolução federal publicada no Diário Oficial da União ordenara “providenciar, por meio do Comando da Aeronáutica, a execução das mudanças das famílias realocadas, a partir do local onde hoje residem e até o local de suas novas habitações, incluindo o transporte de pessoas e semoventes [animais domésticos]”).
BBC News Brasil – Como é a relação entre Brasil e EUA hoje?
Forster – Até 2009, os EUA eram o principal parceiro comercial do Brasil. A China ultrapassou, passou a comprar mais do Brasil do que os EUA, mas o mercado dos EUA permanece como o mais importante para os produtos industrializados do Brasil, produtos com maior valor agregado.
A China é um grande importador de produtos primários do Brasil, alimentos, minérios, ao passo que aqui vendemos muito para os EUA peças de automóveis, aviões, maquinário, motores, gasolina. É um comércio bastante diversificado, mas com uma pauta dominantemente industrializada, com produtos manufaturados.
Ao mesmo tempo, os americanos permanecem com a posição histórica de maior investidor estrangeiro no Brasil, se aproximando dos US$ 100 bilhões. O segundo maior investimento no Brasil é a Espanha e a China aparece em um distante terceiro lugar. Esse é o quadro em pouquíssimas palavras.
BBC News Brasil – Seu antecessor na embaixada dizia que o Brasil tinha déficit nessa relação comercial e isso seria um fator para atrair investimentos norte-americanos. O senhor pretende inverter essa balança? O Brasil quer passar a vender mais do que compra dos EUA?
Forster – O comércio não é um jogo de soma zero. Os déficits comerciais, não acredito que sejam algo estruturante na relação com os EUA. Ao mesmo tempo, nós atraímos mais investimentos americanos do que os investimentos brasileiros nos EUA, que têm crescido também e muito: 350% nos últimos 10 anos.
O importante é a intensidade dessa relação, que fica agora reforçada com os três acordos que assinamos há uma semana. Importantíssimos na moldura, no regime de comércio, com medidas na área de facilitação de comércio, boas práticas regulatórias, combate à corrupção. Tem efeito sistêmico e mostra o apoio que recebemos dos setores privados dos dois países nessas negociações.
BBC News Brasil – Esses acordos não envolvem tarifas impostas a produtos. Nas críticas ao acordo, democratas dizem que essa teria sido uma forma de burlar o Parlamento, que por sua vez opina quando há tarifas. Foi?
Forster – Essa acusação não foi feita a nós, ao Brasil. É uma discussão aqui em contexto eleitoral e me parece exagerada, porque a legislação americana faculta isso. Aqui nos EUA, o poder da carteira, como eles chamam the power of the purse, está nas mãos do Congresso. Então tudo o que diz respeito a reduzir ou aumentar tarifas sempre deve passar pelo Parlamento.
Aqui são medidas não-tarifárias, mas que têm impacto muito importante para o regime de comércio: redução de custos de fazer negócio, eliminar burocracia, facilitar operações. No ponto de vista brasileiro, isso é a redução do custo Brasil. A política econômica do governo liderada pelo ministro Paulo Guedes, essa grande reforma econômica de destravar a economia brasileira, tirar as amarras estatais que nos seguram, aumentar a participação do Brasil no comércio exterior, que é ínfima comparada as dimensões e a economia do Brasil. É nesse contexto que se insere esse pacote no nosso ponto de vista.
BBC News Brasil – A relação com o Congresso dos EUA vai ser fundamental para que se passe um acordo de livre comércio. Como reverter o clima ruim com os deputados democratas e os comentários pesados em relação ao governo brasileiro?
Forster – É natural um acirramento de posições em período eleitoral, sobretudo quando é uma disputa apertada. Mas uma vez passado isso vai permanecer o que é importante, os interesses permanentes dos dois países. O setor privado não tem partido. Ele quer trabalhar para avançar sua agenda.
Do ponto de vista do Brasil, eu não diria que queremos um acordo de livre comércio a qualquer custo. Não se trata disso, mas de realizar esse potencial que ninguém discute. Mesmo os críticos de uma maior relação com os EUA, eu nunca vi ninguém ter coragem de dizer que a relação atingiu plenamente o seu potencial. Estamos muito abaixo do que pode ser feito em investimentos e comércio com os EUA e aprofundar isso está no horizonte dos dois lados, com grande interesse do setor privado, porque é o setor privado que vai investir, criar emprego, trazer tecnologia para o Brasil. É isso que nos interessa.
Nós sabemos que há preocupações aqui, sobretudo de parte da bancada democrata, e vamos continuar a dialogar e tratar de quaisquer. Esse é o nosso papel, desfazer exageros e representações equivocadas da realidade brasileira de modo que se possa fazer um juízo.
Esse é o trabalho do diplomata, por isso que existe embaixada.
Agora, no limite, quando não há possibilidade de aproximação em certas questões fundamentais para um lado ou outro, nós temos que concordar em discordar. Mas fazer isso sem o calor da luta política porque não se trata disso a diplomacia.
BBC News Brasil – O sr. insiste neste debate permanente, mas as críticas não arrefecem. Houve ganho nos últimos meses?
Forster – Certamente. Não podemos avaliar o diálogo no calor de uma campanha eleitoral. Vamos olhar um pouco mais para trás e ver por exemplo o diálogo que fomos capazes de estabelecer sobre as questões das queimadas na Amazônia. Tivemos um diálogo muito bom com os deputados e senadores-chave nas comissões que cuidam de questões preservação ambiental, explicando com dados muito objetivos a evolução das queimadas do Brasil.
O que são as queimadas no Brasil, primeiro como algo de herança cultural da agricultura, e isso vem desde o neolítico. Tem documentação sobre isso, como preparar a terra para o plantio. Então isso em si mesmo não é o fim do mundo. Agora, quando sai de controle e é feito de forma criminosa, bom, aí estamos falando de outra coisa. Desmatamento: não começou no governo Bolsonaro, começou a aumentar sete anos atrás.
O resultado concreto foi que o tema das queimadas foi tratado com maior serenidade por parlamentares nos meses seguintes porque, confrontados com os fatos, ficou difícil de manter o nível de estridência sobre algo que no final se provou não ser tão catastrófico como se pintava.
BBC News Brasil – Mas, um ano depois das queimadas a que o sr. se refere, vêm as queimadas no Pantanal e a narrativa é a mesma: a as críticas vindo desses parlamentares são as mesmas, as manchetes mundo afora são as mesmas. A conversa funcionou como o senhor diz?
Forster – Acho que funcionou, a situação é outra. No Pantanal, tem muito mais a ver com questões de seca enfrentada na região e o papel de controle de queimadas que era exercido por custos d’água, que estavam baixos e não puderam ter esse papel natural, e houve aí realmente um aumento (dos incêndios) no bioma do Pantanal.
O diálogo é bom e vai continuar. No frigir dos ovos, se a gente quer fazer barulho é uma coisa, esse é o momento da campanha política. Passado isso, temos que lidar com questões concretas de políticas públicas e isso não pode ser feito com base em propaganda e narrativas daqui ou dali, tem que ser feita com base nos fatos, com dados objetivos, científicos, numa discussão séria.
BBC News Brasil – No ano passado, o presidente Bolsonaro participou de um jantar na residência oficial da Embaixada que recebeu, entre outros convidados, Steve Bannon, o ex-estrategista da Casa Branca que foi preso recentemente por fraudes e supostos desvios de mais de R$ 5 milhões. Hoje, o sr. receberia Steve Bannon na casa do Brasil nos EUA?
Forster – Aquele evento foi de certo grau de informalidade, de reunir pessoas ali de interesse e expressão. Houve acusações contra o Steve Bannon e, que eu saiba, ele não foi condenado, nem nada foi provado contra ele. Nós recebemos na embaixada do Brasil qualquer cidadão americano que venha de boa-fé falar conosco. Nós não discriminamos nem prejulgamos.
BBC News Brasil – Bannon seria portanto recebido novamente.
Forster – (silêncio)
BBC News Brasil – Sim?
Forster – Já respondi, não?
BBC News Brasil – Não ficou claro para mim, por isso repito a pergunta.
Forster – Vou repetir: nós na embaixada recebemos qualquer cidadão americano que venha de boa fé falar conosco e que tenha interesse no Brasil.
BBC News Brasil – Isso inclui Steve Bannon.
Forster – E mais 300 milhões de americanos.
BBC News Brasil – Como viu o debate sobre a indicação à embaixada de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, e como é para o senhor de alguma forma substituí-lo nessa cadeira?
Forster – Não é meu papel opinar sobre isso. A decisão sobre quem é designado como chefe de missão diplomática é uma prorrogativa do presidente da República, nos termos da própria Constituição do Brasil, assessorado pelo ministro das Relações Exteriores.
BBC News Brasil – O senhor mantém conversas com o deputado sobre política externa?
Forster – Tenho excelente relação com o deputado Eduardo Bolsonaro e com o senador Nelsinho Trad, ambos presidentes das respectivas comissões de relações exteriores, assim como vários outros parlamentares brasileiros de expressão, como papel natural para quem está representando o Brasil no exterior.
Fonte: BBC Brasil