Os 7 vilões da potência sexual masculina

saúde

Por Dr. Thiago Ferreira, urologista.

A impotência sexual masculina, ou disfunção erétil, é definida como uma dificuldade persistente de iniciar e manter uma ereção que permita uma performance sexual satisfatória. Pode afetar a saúde física e psicossocial e ter impacto negativo na qualidade de vida do casal. Segundo dados recentes da Sociedade Brasileira de Urologia, a prevalência de disfunção erétil em homens acima dos 40 anos aproxima-se dos 50% no Brasil.

As causas são variadas, podendo estar relacionadas a problemas circulatórios, doenças neurológicas, alterações anatômicas, distúrbios hormonais, efeitos colaterais de medicações e psicológicas. Há cada vez mais evidências de que a impotência sexual pode ser uma manifestação precoce de doença aterosclerótica coronariana (placas de gordura nos vasos sanguíneos do coração) e doença vascular periférica (alteração nos micro vasos sanguíneos), justificando um check up cardiovascular no início do acompanhamento médico.

Vários fatores de risco para a impotência sexual são modificáveis, ou seja, pode ser eliminados com mudanças no estilo de vida. Em comum, esses fatores de risco geram um processo de inflamação crônica no organismo que por sua vez levam à uma disfunção dos vasos sanguíneos, impedindo o fluxo adequado de sangue para o pênis. As modificações do estilo de vida visam eliminar o estado de inflamação crônica, restaurando o bom funcionamento dos vasos sanguíneos.

A seguir, estão listados os principais vilões da boa saúde sexual e da potência masculina, os quais devem ser evitados.

1. Sedentarismo.

Atividade física moderada e intensa estão associadas à menor risco de disfunção erétil. Os mecanismos pelo qual a atividade física previne a impotência incluem o condicionamento cardiovascular e a melhora do funcionamento dos vasos sanguíneos, reduzindo o estresse oxidativo. Além disso, exercício físico melhora a autoestima e a saúde mental, com impacto positivo dos distúrbios psicológicos associados com a disfunção sexual.

2. Obesidade.

Uma série de estudos que acompanharam homens por 5 a 25 anos, evidenciaram que obesos tem 70 a 90% mais chance de desenvolver disfunção erétil em comparação com homens de peso normal.  Outro estudo com obesos com diabetes mellitus, observou que a perda de peso está associada com melhora da potência sexual, dos níveis de testosterona e do diabetes.

3. Dieta hipercalórica e rica em açúcar.

Dieta com alto teor de grãos, vegetais, legumes, frutas e limitadas em carne vermelha, laticínios, alimentos e bebidas ricos em açúcar está associada com risco diminuído de disfunção erétil. A prática da dieta mediterrânea (vegetais, frutas, legumes, nozes, feijão, cereais, grãos, peixe e gorduras insaturadas, como o azeite e baixa ingestão de carne e laticínios) está associada com uma baixa prevalência de impotência sexual.

4. Cigarro.

Tanto tabagismo ativo (quem fuma) quanto o passivo (quem está próximo a quem fuma) estão associados à disfunção erétil. Um revisão de artigos bem consolidados, envolvendo mais de 28 mil homens evidenciou um risco elevado para impotência nos fumante e ex fumantes comparado com não fumantes. A interrupção do tabagismo eleva de forma significativa o índices fisiológicos e a performance sexual relatada pelos pacientes.

5. Baixos níveis de vitamina D.

Sabe-se atualmente que a ação da vitamina D é muito mais abrangente do que se imaginava. Quase todas as células do organismo podem ser influenciada pela vitamina D, inclusive as do pênis.  Níveis baixos de vitamina D estão associados ao risco aumentado de impotência. A vitamina D melhora a potência sexual através da melhora do funcionamento dos vasos sanguíneos e do fluxo sanguíneo para o pênis e do aumento dos níveis de testosterona.

6. Diabetes.

A impotência sexual no diabetes é causada por uma série de mecanismos incluindo alteração dos vasos sanguíneos, disfunção do sistema nervoso autônomo, desequilíbrio hormonal e fatores psicogênicos.  Tempo prolongado de diabetes, descontrole da glicemia e presença de outras doenças como hipertensão arterial e aumento dos níveis de colesteróis aumentam o risco para disfunção erétil.

7. Ansiedade.

A ansiedade, assim como outros distúrbios psiquiátricos como a depressão, estão mais presentes como causa de disfunção erétil em homens jovens, abaixo dos 40 anos. A ansiedade pode gerar um foco desproporcional em relação à qualidade da ereção, que atrapalha a excitação e consequentemente a própria ereção. Preocupações excessivas com a autoimagem, principalmente a genital, criam uma distração cognitiva que desvia a atenção psicológica do sexo, causando prejuízos à função sexual. Além disso, pelo menos uma falha sexual pode resultar em ansiedade, perda de confiança sexual e aumento do medo, contribuindo para evitar experiências sexuais que, em última análise, aumentam a probabilidade de falhas futuras, criando um ciclo vicioso.

Referências:

http://portaldaurologia.org.br/faq/disfuncao-eretil-conheca-causas-sintomas-prevencao-e-tratamentos/.

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