Vítimas trabalhavam com extração de eucalipto na Fazenda Santa Teresa, em Laguna Carapã
Seis trabalhadores, entre eles três paraguaios, foram resgatados de situação análoga à escravidão em Mato Grosso do Sul. As vítimas trabalhavam com extração de eucalipto na Fazenda Santa Teresa, localizada no município de Laguna Carapã, e eram submetidos a condições degradantes.
A operação do Ministério Público do Trabalho (MPT) em conjunto com agentes da Polícia Militar Ambiental (PMA) ocorreu em 25 julho, quando foi constatado uma série de violações trabalhistas e cíveis durante o período de acomodação e na lida da extração de madeira.
Segundo o MPT, os homens tinham que fazer suas necessidades no mato, tomar banho de caneca, lavar roupas em tanque quebrado e viver em alojamento de madeira sob condições extremas de insalubridade. A falta de energia elétrica e água encanada tornava a vivência ainda mais difícil, obrigando esses trabalhadores a improvisar soluções para a higiene pessoal e no preparo das refeições em fogão a lenha.
Ainda de acordo com o Ministério Público, um dos trabalhadores, de 58 anos, relatou ter sido abordado pelo produtor rural para exercer a atividade de extração de eucalipto em janeiro de 2022. O acordo verbal estabelecido foi que receberia 15 reais por metro cúbico de madeira cortada. O pagamento era mensal e, desde o último acerto, o trabalhador informou ter cortado 1800 metros cúbicos de troncos de madeira que ainda não tinham sido amontoados, além de outros 200 que já estavam amontoados.
Ele explicou às autoridades que suportava essa situação para conseguir prover o sustento de sua esposa. O expediente de trabalho consistia em 10 horas diárias (das 6 às 17 horas), seis dias por semana, com uma hora de pausa para o almoço.
Multa
O produtor rural responsável pela fazenda foi notificado a comparecer na sede da Procuradoria do Trabalho de Dourados no dia 27 de julho, onde recebeu o prazo de 31 de agosto para quitar as verbas salariais e rescisórias devidas aos trabalhadores.
Fonte: SBT News