Por- Portal pirá City – Segunda, 21 de agosto de 2023
Natural de Ipirá, Jorge Ramos, o Jorginho, foi criado na terra das filarmônicas por excelência, Cachoeira, naquela cidade, às margens do Rio Paraguaçu e centro da resistência nativa durante a luta pela Independência da Bahia, sobrevivem, atuantes, duas das principais filarmônicas centenárias da Bahia: a Sociedade Orphéica Lyra Ceciliana e a Sociedade Lítero-musical Minerva, rivais, mas unidas no memso ideal de manter acesa a chama da música instrumental de raízes populares na Bahia.
Jorginho diz que, pelo trabalho social que sempre exercerem ao longo da história e por representarem “a maior estrutura fora do poder oficial, as filarmônicas são as precursoras da ONGs modernas”. No seu livro, o jornalista e escritor descreve o papel das filarmônicas, que faziam também assistencial social: as filarmônicas sempre tinham uma importância significativa na vida cultural, social e política de suas cidades e regiões. Eram instituições que, para além da execução musical, representavam espaço de convívio social para o exercício da atividade intelectual, algumas mantendo salas para biblioteca e salões para declamação de poesia e até para atividades dançantes.
Jornalista, formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), se tornou presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Bahia, fez parte da equipe do jornal Diário de Notícias; nas TV’s Bahia, Aratu, Bandeirantes, Santa Cruz e Educativa. Já lecionou na Faculdade de Comunicação da UFBA (Facom), na Faculdade 2 de julho e no Instituto Baiano de Turismo. Esteve subsecretário adjunto de Comunicação da Prefeitura de Salvador e atuou nas assessorias de imprensa de diversas instituições públicas baianas, como o Teatro Castro Alves e o Instituto Ambiental (IMA). Trabalhou também nas áreas de educação e literatura em Angola.
Em setembro de 2015, esteve em Cachoeira para o lançamento do livro “O Semeador da Orquestra: A História do Mestre Abolicionista”. Homenagem feita ao jornalista e músico cachoeirano Manoel Tranquilino Bastos (1850-1935).
Uma grata supressa para o autor, foi a presença do bisneto do homenageado. Derblay de Almeida, que se emocionou ao lembrar da extensa pesquisa do escritor baiano, que possibilitou com que a família passasse a conhecer a história do maestro Tranquilino Bastos, que entre suas obras, compôs o Hino de Cachoeira, Airosa Passeata e o Passo Dobrado n° 147. Além de ter fundado a Sociedade Orpheica Lira Ceciliana, e de ter sido militante no processo de abolição da escravatura no Brasil.
” Sou bisneto de Manoel Tranquilino Bastos. Quero agradecer ao grande jornalista e escritor Jorge Ramos pela oportunidade que tive de conhecer melhor o valor artístico, humano e político do grande herói brasileiro, que honrou o povo cachoeirano. Obrigado Jorge Ramos! Que Deus te abençoe agora e sempre, comentou Derblay de Almeida.
Foto: Reprodução/ Solisluna