Suspeito foi preso em uma agência bancária, em Salvador. Ele conseguiu limite de quase R$ 200 mil no cartão de crédito. Defesa afirma que ele não sabia que praticava crime contra o artista.
O homem que foi preso suspeito de usar os dados de Chay Suede para abrir uma conta bancária e cometer fraude, teve a liberdade provisória concedida mediante pagamento de fiança após audiência de custódia nesta quinta-feira (14). A defesa do suspeito afirma que o homem não sabia que praticava o crime contra o artista.
Inicialmente, a defesa do lavador de carros Alealdo Saraiva Silva, de 38 anos, informou que a fiança foi estipulada em quatro salários mínimos, mais de R$ 5 mil. No entanto, na decisão judicial, a informação é de que a fiança foi de dois salários mínimos, o que corresponde a R$ 2.640.
Ainda de acordo com a decisão, Alealdo não poderá frequentar qualquer instituição financeira da rede BRB Banco Brasilia SA de Salvador, deve fazer recolhimento domiciliar noturno, das 22h às 6h, inclusive nos finais de semana e feriados, além de usar tornozeleira.
Segundo o advogado Dalton Monteiro, o suspeito negou que tenha feito a falsificação dos documentos e as movimentações bancárias. Ele teria sido convidado por outro homem para ir na agência fazer o desbloqueio do aplicativo.
Pelo desbloqueio, o lavador de carros, que mora na região do Vale do Ogunjá, em Salvador, ganharia cerca de R$ 1 mil.
“Alealdo afirma que foi abordado no Vale do Ogunjá, onde pratica as suas atividades laborais, por um rapaz chamado Alan, que ofereceu vantagens econômicas para que ele fosse na agência bancária fazer o desbloqueio do telefone celular para que esse Alan pudesse fazer as atividades bancárias”, disse o advogado Dalton Monteiro.
O advogado afirmou ainda que o suspeito não sabia que praticava o crime contra Chay Suede.
“Por passar por necessidades, ter filho menor, ele acabou aceitando e se sujeitou a essa demanda. Ele sabia que praticava um ato ilegal, mas não sabia que estava praticando um ato contra um artista bastante conhecido”, relatou.
Ainda segundo Dalton Monteiro, a delegada Marita Souza, que investiga o caso, apresentou a ficha da suposta pessoa chamada “Alan” e Alealdo Silva o identificou como a pessoa que passou a documentação para ele.
“Ele, na verdade, não tem essa maturidade suficiente para elaborar essa empreitada. Eu creio que tem outras pessoas, não sei se é esse suposto ‘Alan’, mas tem outras por trás, que deram início a essa fraude”, frisou o advogado.
Além das medidas cautelares citadas acima para que pudesse ter a liberdade provisória concedida, Alealdo deve:
- comparecer a todos os atos processuais e manter o endereço atualizado, sem se ausentar do distrito da culpa sem autorização judicial;
- comparecer bimestral em Juízo, pelo período de um ano, podendo ser prorrogado. Juízo da instrução, devendo o Autuado dirigir-se, em 5 dias, à Central Integrada de Alternativas Penais (CIAP), situada no Fórum Criminal de Salvador, no bairro de Sussuarana;
- Está proibido de ausentar-se da comarca sem prévia autorização judicial;
- Devido ao uso da monitoração eletrônica, não poderá sair da área de Salvador ou afastar-se dos endereços de suas respectivas residências mais de 200 metros durante toda semana, salvo por motivo de doença, vacina, trabalho, estudo ou urgência, todos comprovados no feito e neste último (urgência) caso a ser apreciada a urgência pelo Juízo da instrução;
- Informar previamente caso haja alteração dos seus endereços residenciais;
- Em caso de remoção, violação, modificação ou dano no dispositivo de monitoração, bem como desligamento ou descarregamento do aparelho, inexistindo contato imediato do monitorado com a Central de Monitoramento para a solução do problema, considerando tratar-se de descumprimento à medida cautelar que lhe foi imposta, como umas das condições para a concessão de sua liberdade provisória, será decretada a prisão preventiva e revogadas as medidas cautelares aplicadas.
Limite de quase R$ 200 mil no cartão e nome soletrado errado
Segundo a Polícia Civil, Alealdo Saraiva Silva conseguiu limite de quase R$ 200 mil no cartão de crédito e R$ 25 mil no credito especial. O suspeito fez um PIX de cerca de R$ 1 mil para outra conta. Em seguida, acabou bloqueado pela instituição.
Ao ser bloqueado, ele foi até a agência bancária, mas após entregar os documentos e não saber soletrar o nome do ator – Roobertchay Domingues da Rocha Filho – causou desconfiança de um funcionário.
“No mesmo dia, ele fez uma transferência via PIX de R$ 1 mil, que era o valor limite disponível no horário. O banco suspeitou e bloqueou o aplicativo. Ele foi até a agência tentar desbloquear o aplicativo, mas apresentou um documento com os dados do ator e sua foto, o que levantou suspeita do funcionário da agência”, explicou a delegada.
Equipes da 35ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/ Iguatemi) foram acionadas por funcionários da agência bancária, na Avenida Tancredo Neves, principal região financeira de Salvador. Alealdo foi levado pelos PMs e autuado por estelionato e falsidade ideológica, na terça-feira (12).
A delegada Marita Souza afirmou que o suspeito não tem antecedentes criminais, mas as investigações apontam que ele praticou este tipo de delito outras vezes.
“Fomos informados por outro banco, que ele fez três tentativas com documentos de uma pessoa desconhecida, mas eles observaram que o número do RG era inexistente”, contou.
A produção da TV Bahia entrou em contato com a assessoria de Chay Suede e o artista prefere não falar sobre o caso.
Outras pessoas envolvidas
A participação de outras pessoas no crime é investigada pela Polícia Civil da Bahia. De acordo com a delegada Marita Souza, dois suspeitos foram identificados, um deles o responsável por confeccionar os documentos falsos.
“Inclusive já levantamos toda a qualificação dele, que é o responsável por confeccionar os documentos utilizados por ele nos golpes. Uma terceira pessoa também, que tem uma conta, que foi feito a transferência de um PIX para essa conta”.
“Já temos a qualificação dessa pessoa, só falta checar se realmente é a pessoa, ou se o nome que tem ali é de uma vítima”, explicou Marita Souza.
Fonte: G1 Bahia