Investigador, atingido por estilhaços no rosto, passou por cirurgias e segue o tratamento de casa com o auxílio do Departamento de Gestão de Pessoas, Saúde e Valorização Profissional da Polícia Civil (DPSV).
O investigador Vockton Carvalho Freire, atingido por estilhaços no rosto durante a operação em que o policial federal Lucas Monteiro Caribé e outros quatros homens foram mortos, em Salvador, recebeu alta hospitalar na noite de quarta-feira (20). A informação foi confirmada pela Polícia Civil, nesta quinta (21).
Vockton Carvalho Freire estava internado no Hospital da Bahia, em Salvador. De acordo com a polícia, o investigador seguirá com o tratamento de casa com o auxílio do Departamento de Gestão de Pessoas, Saúde e Valorização Profissional da Polícia Civil (DPSV).
Na terça-feira, a esposa de Vockton Freire contou que o investigador corria o risco de ficar cego.
“Está todo mundo na dúvida ainda, se volta a enxergar, se não volta. O objetivo é garantir toda a assistência que ele precisar”, disse.
Mesmo com a alta hospitalar, o investigador ainda vai fazer exames médicos. Existe a possibilidade de que o policial passe por novos procedimentos cirúrgicos.
A família do investigador chegou a fazer uma vaquinha online para pagar o tratamento do investigador. No entanto, conforme a esposa de Vockton Freire, o dinheiro será devolvido, porque o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, determinou que o Estado custeie os gastos.
Operação com cinco mortos
Na sexta-feira (15), policiais federais, civis e militares fizeram uma grande operação para cumprir mandados de prisão contra um grupo criminoso. No local, os agentes foram surpreendidos por integrantes de uma facção que estava prestes a entrar em confronto com outros suspeitos que atuam na região.
A operação terminou com um policial federal e quatro suspeitos mortos. Outros dois agentes (um civil e outro federal) ficaram tiveram ferimentos.
Desde então, nove suspeitos foram mortos em confrontos registrados em diversos bairros de Salvador, de acordo com a SSP-BA. Além disso, foram apreendidas cerca de 10 armas e outros itens.
Apenas um suspeito teve o nome divulgado. Uélisson Neves Brito, conhecido como “Cara Fina”, era procurado por atuar no tráfico de drogas da região e fazia parte do Baralho do Crime, da Secretária de Segurança Pública (SSP-BA). A secretaria informou que não vai divulgar os nomes dos outros suspeitos mortos no confronto.
Cronologia dos fatos:
- Sexta-feira (15)
👉 O operação começou na sexta-feira (15), na região de Valéria, também na capital, quando o policial federal Lucas Caribé e quatro suspeitos morreram em confronto. Outros dois agentes (um da Polícia Federal e outro da Civil) ficaram feridos.
👉 O policial Lucas Caribé chegou a ser socorrido com os outros dois agentes para o Hospital Geral do Estado (HGE), na capital baiana, mas chegou à unidade sem vida. Um dos policiais feridos passou por cirurgia no olho.
👉 De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), os quatro homens que morreram na sexta-feira são suspeitos de fazer parte do grupo criminoso que trocou tiros com os policiais. Dois morreram no momento do tiroteio, e os outros, horas depois, em uma região de matagal, entre os bairros de Valéria e Rio Sena, durante a fuga.
- Sábado (16)
👉 No sábado (16), a Polícia Civil confirmou a morte do quinto suspeito de ter participado do confronto que resultou na morte do policial federal. Ele foi morto após trocar tiros com equipes da Companhia de Patrulhamento Tático Móvel (Patamo) e da Polícia Federal no bairro de Mirantes de Periperi, que fica próximo do bairro de Valéria, onde aconteceu o confronto da sexta-feira.
👉 Ainda no sábado, o sexto suspeito de ter participado do confronto que terminou com a morte do policial federal foi preso no Residencial Parque das Bromélias, também localizado na capital baiana.
- Domingo (17)
👉 Na manhã de domingo (17), outros dois suspeitos de terem participado do confronto que resultou na morte do policial federal morreram depois de uma troca de tiros com a polícia. Equipes da Rondesp BTS patrulhavam a região, enquanto policiais civis e federais ocupavam outras áreas da localidade.
👉 Já na noite de domingo, mais dois suspeitos de terem participado do confronto morreram após tiroteios, nos bairros de Periperi e na Palestina. Com isso, o número de suspeitos mortos em confronto com a polícia subiu para nove.
Ações de combate ao crime organizado
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) e a Polícia Federal se reuniram no sábado (16), para discutirem ações de combate ao crime organizado e ampliação de esforços para que sejam encontrados todos os suspeitos de envolvimento no confronto que resultou na morte do policial federal Lucas Caribé.
De acordo com o secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, todos os recursos estaduais e federais estão disponíveis. Ele destacou que o trabalho integrado entre a SSP-BA e a Polícia Federal está focado no combate às facções criminosas.
Desde agosto, a Polícia Federal participa de operações na Bahia como parte de um acordo de cooperação entre o governo estadual e federal para reprimir a criminalidade no estado.
Na segunda-feira (18), três viaturas blindadas da Polícia Federal foram enviadas à Bahia, para reforçar o combate ao crime organizado. Os veículos foram embarcados em um navio da Marinha, no porto do Rio de Janeiro, e devem chegar até sexta-feira (22) na capital baiana.
Fonte: G1 Bahia