Amazonas deve pedir auxílio do governo federal para prestar assistência humanitária; Governador pede auxílio da FAB para levar água e alimentos a áreas isoladas
O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), afirmou nesta terça-feira (26), em entrevista à CNN, que a seca de 2024 pode ainda mais severa do que a que o estado atravessa agora.
Ele explicou que, por conta do baixo nível dos rios, o próximo período chuvoso pode não ser suficiente para encher os rios do estado.
“O que me preocupa é que esse ano, por conta do El Niño, nós vamos ter um período de seca muito significativo e esse efeito deve se estender até abril. Ou seja, a gente vai ter um período chuvoso na Amazônia que não será suficiente para encher os rios e pode ter um episódio repetido em 2024 ou pior ainda que esse cenário aqui”, disse o governador.
O estado do Amazonas enfrenta um período significativo de seca, que pode ser a maior estiagem já registrada na região, conforme adiantou a analista da CNN Renata Agostini. A situação deve afetar a distribuição de água e alimentos para cerca de 500 mil pessoas até o final de outubro.
Wilson Lima explicou à CNN que, como “na maioria dos municípios do estado os rios são as estradas”, o transporte de alimentos e água potável se tornou mais difícil. Segundo o governador, 350 alunos da região do Médio Solimões não conseguem sequer chegar à escola.
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O governador vai discutir com o governo federal a possibilidade de assistência na ajuda humanitária ao estado do Amazonas. Há uma previsão de distribuição de 300 mil cestas, sendo que 70 mil serão entregues daqui a 15 dias. Além disso, o governo estadual também fornecerá água potável.
A dificuldade, segundo Wilson Lima, é justamente fazer esses insumos chegar aos municípios.
“A gente vai precisar muito do apoio da Força Aérea Brasileira e, naturalmente, vai precisar de recursos do governo federal, dentro das suas possibilidades, para comprar esses alimentos para essas pessoas”, explicou.
Na entrevista à CNN, ele ainda citou que o rio Madeira, importa conexão do Amazonas com Rondônia e Mato Grosso, está com cerca de 6 metros de profundidade. Em condições normais, alguns trechos chegam a ter 25 metros.
Por conta dos baixos níveis, o 9º Distrito Naval proibiu a navegação noturna no rio por conta dos bancos de areia que se formaram. Isso tende a encarecer o curso dos alimentos no estado. O rio Madeira é uma importante via de transporte de barcaças de soja, por exemplo.
“É importante que haja um trabalho de drenagem em alguns trechos do rio”, disse Lima. “Tudo isso acaba encarecendo o custo do transporte, alimentos e combustíveis. Acaba sendo um peso aqui para o estado do Amazonas.”
Fonte: CNN