A Desafortunada História do Romance de Julieta e Romeu’: última semana em cartaz

cultura

Montagem integra programação comemorativa de aniversário de 20 anos da companhia

Nesta montagem, carnavalesca e repleta de referências musicais brasileiras, o dramaturgo se vale de uma poética de encruzilhadas, em que se inspira em textos e cenas emblemáticas de outros gêneros literários e autores: o drama de William Shakespeare, a poesia do poeta Arthur Brooke, a prosa de Matteo Bandello e a poesia popular de João Martins de Athayde, sendo esta última, a base principal para a encenação da ATeliê voadOR.  

Para contar a história destes infelizes amantes, Thürler, Duda Woyda e Mariana Moreno, integrantes da ATeliê voadOR, convidam Igor Epifânio, Jarbas Oliver, Leonardo Teles, Mariana Borges e  Talis Castro. “Embora nossa encenação termine mais uma vez com a morte, o coro – implicado a uma política de vida, contrário aos ditames da agenda dominante – reage e se coloca na frenética esperança de algo mais. É um espetáculo dedicado a todas as pessoas que não se cansam de renascer. ‘Basta de mortes! Chega de sangue!’”, pontua o diretor. 

 Mas não se trata de um spoiler do fim trágico. Desde o prólogo, os sete corpos de rua, em encantaria, convocam a atenção de todo o público e, em gira, festejam a história da desafortunada história do romance de Julieta e Romeu, na bela Verona, antiga cidade da província italiana.    

“Contudo, a nossa montagem enfatiza a figura da heroína, cujo primeiro amor transgressivo a torna uma rebelde. Julieta encarna a sede de vida mesmo imersa em um ambiente marcado pelo autoritarismo de um pai perverso, que impede qualquer possibilidade de alegria ou felicidade”, explica Thürler, ao acrescentar que ao dar o protagonismo à figura de Julieta, acentua a consciência crítica sobre a realidade em que estão inseridos.  

 Carnavalesca e alegórica, A Desafortunada História do Romance de Julieta e Romeu tem a direção musical assinada por Cassius Cardoso, que se vale de ritmos populares e periféricos brasileiros, como o samba, funk, axé, galope e o arrasta-pé. Um momento de destaque é a releitura de “Tonight”, composição do musical “West side Store”. O trabalho corporal dos atores foi preparado pelo bailarino e coreógrafo Leandro Oliveira. 

 No cenário assinado por José Dias há fragmentos memoriais de espetáculos anteriores do repertório voador, que chegou à Bahia em 2009. Há referências dos cenários de “O Lustre” (2002), “O Melhor do Homem” (2009) e “Salmo 91” (2012). O figurino é assinado pelo artista visual Luiz Santana. Como referência visual, fragmentos de detritos de metal e borracha, figurinos de um corpo-memória para se defender das violências mundanas.

Fonte: Bahia.ba

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