Quarta, 29 de maio de 2024
Noite de terça-feira (14 de maio), um foguetório estrondoso abalou Ipirá. O que está acontecendo? O mundo vai se acabar? Não, não! É a macacada comemorando uma pesquisa (o que é que o dinheiro público não faz!).
Eu gosto de analisar pesquisa e essa então; qualquer pesquisa faltando cinco meses para as eleições não tem muita referência concreta; por estar muito distante do pleito não merece nenhuma credibilidade. É apenas uma amostra de momento. Para a macacada é motivo para foguetório (também, com dinheiro público tudo é motivo para foguetório).
O que vale são os números. De forma espontânea, sem apresentar nomes, quem aparece na liderança é a família Oliveira com 65,66% das intenções de votos. Não souberam e não votarão (de maneira ‘arguma’) na família Oliveira ficou com 30,47%. As oligarquias do poder não gostaram: como é que pode uma disgrameira dessa? Pessoal, faz outra enquete aí. Agora apresentando os nomes.
Assim foi feito. Os candidatos são o sobrinho e a tia da família Oliveira: aí não teve jeito, brocou bem brocado, pulou para 84,34%. Eu nunca pensei que a família Oliveira (apesar dos dez mandatos do ex-deputado Jurandy Oliveira sem muita coisa a apresentar) tinha tanto prestígio em Ipirá.
Aqueles 30,47% que não iam votar em ninguém e nem sabiam que ia ter Eleições em 2024 pularam do barco e deram uma rabichola; ficando apenas 15,65% na determinação de não aceitar o cabresto imposto pelo sistema, que coloca ‘macaco 1’ contra ‘macaco 2’ na balança, como se fosse um genérico de jacu.
Depois do pipoco, é óbvio que forçado, tomei uma decisão: vou fazer minha pesquisa.
De imediato, procurei um instituto de pesquisa e fiz um contrato com um tal de Ibo… Ibo não sei o quê. Só pelo nome, cobrou-me um preço salgado; mas fazer o quê, paguei adiantado e tracei as linhas do que eu queria saber:
“Para prefeito não precisa pesquisar, já sei quem ganha, tá tudo combinado e confirmado e não existe dúvida, vai dá a família Oliveira. Ou dá o sobrinho ou dá a tia. Para quem gosta de dizer que não é bem assim, eu vou deixar bem claro: ou dá o sobrinho ou a esposa do ex-deputado Jurandy Oliveira.”
O ex-deputado tá de boa! Não precisa nem gastar muito dinheiro (cinco milhões de reais), basta ficar sassaricando no galinheiro dos jacus e ciscando no terreiro da jacuzada, para ver se a família Martins coloca uns dois trocados para a disputa (é ruim, papá!). Esta é, sem dúvida, a maior farsa eleitoral já apresentada em Ipirá.
Mas voltando ao nosso assunto. Com quinze dias recebi o resultado da pesquisa para vereadores, encomendada e paga, com uma observação:
OS DOIS NOMES SUGERIDOS COMO VEREADORES MAIS VOTADOS NÃO OBTIVERAM RESULTADOS SATISFATÓRIOS E SERÃO DERROTADOS NO PLEITO DE 2024.
Não é possível! Fiquei impressionado, diante da surpresa. Mostrei a pesquisa a um conhecido e ele foi dizendo: “isso é uma pesquisa descarada!”
Fui direto ao dono do instituto para ser ressarcido pelo que paguei e escutei: “não vou fazer nenhuma devolução, minha pesquisa é científica, categórica e verdadeira.”
Eu falei: “sua pesquisa está contaminada de erros,” e ele retrucou: “se os dois candidatos sugeridos como ‘campeões de votos’ forem apresentados para prefeitos terão vinte mil votos cada um, mas para vereador nenhum dos dois serão eleitos, nem o ex-líder Antônio Colonnezi, nem o ainda líder Luiz Carlos Martins e tem mais, nem esse sobrinho Tiago, nem essa tia dona Nina. Vereador é cada um por si, quem tiver a unha maior que suba na parede; prefeito é todo mundo trabalhando prá um só. Desse jeito até nosso amigo Luiz Gambá arrebenta a boca do balão, com o bocapiu abarrotado de votos. Vá fazer suas análises e passe bem!”
É importante, nesta análise da pesquisa apresentada, dizer o seguinte: em 2020, o município de Ipirá tinha 44.808 eleitores. Naturalmente, ocorreram alterações (novos eleitores jovens, transferências, mortes, etc) e com certa base, o município de Ipirá terá 48.625 eleitores inscritos para o pleito 2024.
Em 2020, não compareceram para votar 17,56 % (7.869 eleitores).
Em 2020, compareceram para votar 82,44% (36.939 eleitores)
Para 2024, (suposição) que compareçam 83% para votar, teremos 83% de 48.625 mil eleitores, será um total de 40.358 votos.
Em 2020, brancos e nulos ficaram na casa de 7,48%. Para 2024, a pesquisa apresenta 15,65%, vamos na meiota, 10% ou seja, 4.035 votos. Assim sendo, a família Oliveira (a tia e o sobrinho) ficará com 36.323 votos. Nunca, em nenhum momento da história de Ipirá, uma família apresentou tamanha quantidade de votos.
Toda eleição municipal, sempre acontece mais votos para vereadores do que para prefeito. Vamos colocar 38.000 votos para o legislativo. 38.000 dividido por 15 cadeiras = 2.533 (como coeficiente) para fazer o primeiro vereador.
(Com base nas votações de 2020). A jacuzada dividiu-se em duas chapas. A chapa do União (3 vereadores fortes) 4.443 votos (em 2020), dá para fazer um vereador; faltando apenas 623 votos para o segundo e com um total de 7.599 votos farão 3 cadeiras. As 13 candidaturas que enchem linguiça vão ter que se virar.
A outra chapa da jacuzada é a chapa do PSDB (2 vereadores mais 1 candidato forte) 3.147 votos (em 2020) dá para fazer um; o segundo, com mais 1.919 votos; um total de 7.699 votos para 3 cadeiras. As 13 candidaturas que enchem linguiça vão ter que fazer das tripas ‘um coraçãozinho de live’ para eleger os três vereadores.
A chapa do PDT (3 candidaturas disputando) 2.571 votos, (em 2020) suficiente para fazer uma cadeira; para a segunda faltam 2.500 para fazer o segundo e um total de 7.637 votos para o terceiro. Não é fácil.
A Federação (PT, PCdoB, PV) que tinha 3 vereadores e fará um vereador com certeza; Jaildo do PV, o mais provável, 1020 votos (em 2020) faltando 1.513 votos para Jaildo ser vereador; para o segundo faltam +2.533 votos. A esquerda só fará um vereador com 4.046 votos (somatório do que falta para Jaildo + um coeficiente.)
Aí vem o PSD, o bonde do Legislativo de Ipirá, com 10.056 votos (em 2020) (7 vereadores e mais 4 candidaturas fortes) com 4 cadeiras garantidas; com 12.589 votos (faz a quinta); com 15.122 votos (faz a sexta); com 17.655 (faz a sétima). A carreta vai deixar para trás (é possível que) 4 ou 5 candidatos que vão cair na buraqueira.
Ainda tem a chapa do Avante e a chapa do Agir, que poderão obter duas vagas, bastando que atinjam o coeficiente com as suas dezesseis candidaturas (cada um). Observação: a última cadeira será completada com a maior sobra das chapas que alcançarem o coeficiente.
Se os meus números não representam nenhuma verdade e nenhuma realidade, o que está mais do que claro, motivo pelo qual ninguém tocou foguetes, da mesma forma que, a pesquisa não representa nada mais do que uma simples enquete de momento, parecendo nuvens, que a todo instante mudam de lugar. Minha conclusão: tocaram foguetes PELOS recursos públicos.
Fonte: Blog de Agildo Barreto / Foto Canva