Por Rodrigo Santana ( Portal Ipirá City) – Quinta, 30 de Julho de 2020
No ciberespaço onde demonstrar felicidade como um estado continuo é um dos mandamento das leis dos internautas, o poeta Augusto dos Anjos, a poetisa Florbela Espanca, os filósofos F.Nietzsche e A,Schopenhauer e o médium Jan Val Ellam são os hereges e suas obras são abomináveis para uma parcela bastante significativa da população brasileira.
É importante ressaltar um dos grandes ensinamentos do mestre Siddartha Gautama:
“Um dia, Siddhartha escutou um velho músico, num barco que passava, falando para o seu aluno…
“Se você apertar esta corda demais, ela arrebenta; e se a deixar solta demais, ela não toca.“
De repente, Siddhartha percebeu que estas palavras simples continham uma grande verdade, e que durante todos estes anos ele tinha seguido o caminho errado.
O caminho para a iluminação está no Caminho do Meio”.
Ou seja, ancorar em uma das extremidades do pendulo não é a atitude mais sábia que o ser humano venha a ter, pois segundo Hermes Trismegisto este universo é regido por leis universais e uma delas é a Lei de Polaridade que revela que:
A dualidade, os opostos representam a chave de poder no sistema hermético. Mais do que isso, os opostos são apenas extremos da mesma coisa. Tudo se torna idêntico em natureza. O pólo positivo + e o negativo – da corrente elétrica são uma mera convenção.
O claro e o escuro também são manifestações da luz. A escala musical do som, o duro versus o flexível, o doce versus o salgado. Amor e o ódio são simplesmente manifestações de uma mesma coisa, diferentes graus de um sentimento.
Logo, aquele que tapa os olhos para o lado negativo que faz parte da realidade está reprimindo os seus sentimentos e se negando a aprender a lidar com o trágico, todavia em algum momento tudo virá a tona, pois é como disse Gilberto Gil sobre os problemas da vida: “Resolver tê-los e ter/ Resolver ignora-los é ter”. O aforismo mais sensato que eu encontrei e que a meu ver reflete o equilíbrio do Caminho do Meio de Buda foi dito por Ariano Suassuna:
O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso.
Rodrigo Santana Costa é professor e escritor. Públicou a obra: “Clarecer”em verso e prosa.