Pioneiro do movimento negro no Brasil, Abdias foi inscrito para ter seu nome colocado no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.
Todos sabem que Abdias do Nascimento (1914-2011) é um verdadeiro herói nacional. Mas agora isto pode ser oficializado por meio da inclusão do nome do pioneiro do movimento negro no Brasil no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, guardado no memorial cívico Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília.
A inscrição de Abdias foi aprovada pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado na última quinta-feira (1). A proposta consta no PL 2.526/2022 apresentado pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI) com parecer favorável do relator, senador Paulo Paim (PT-RS). A proposta segue para análise da Câmara dos Deputados.
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A inscrição do nome de Abdias do Nascimento reconhece o seu trabalho e a sua dedicação em defesa e pela construção do país. No Congresso Nacional, ocupou vaga no Senado enquanto esteve como suplente de Darcy Ribeiro e o cargo de deputado federal pelo Rio de Janeiro, destacando sua atuação na luta pela igualdade racial.
O multiartista teve atuação destacada como escritor, jornalista, artista plástico, teatrólogo, ator, poeta e ativista pan-africanista. Ele fundou o Teatro Experimental do Negro, o projeto Museu de Arte Negra e foi Professor Emérito da Universidade do Estado de Nova York, em Buffalo, Estados Unidos.
Participou da criação da Fundação Cultural Palmares, do Ministério da Cultura, e da instituição do Dia Nacional da Consciência Negra, em 20 de novembro, aniversário da morte de Zumbi dos Palmares – data que veio a se tornar feriado em estados e cidades.
Em 2010, foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz.
Livros de Abdias
Quilombo: Edição em fac-símile do jornal dirigido por Abdias do Nascimento. São Paulo: Editora 34, 2003.
O quilombismo, 2ª ed. Brasília/ Rio de Janeiro: Fundação Cultural Palmares/ OR Produtor Editor, 2002.
O Brasil na Mira do Pan-Africanismo. Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais/ Editora da Universidade Federal da Bahia EDUFBA, 2002.
Orixás: os Deuses Vivos da África/ Orishas: the Living Gods of Africa in Brazil. Rio de Janeiro/ Philadelphia: Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros/Temple University Press, 1995.
A Luta Afro-Brasileira no Senado. Brasília: Senado Federal, 1991.
Africans in Brazil :a Pan-African Perspective, com Elisa Larkin Nascimento. Trenton: Africa World Press, 1991.
Brazil: Mixture or Massacre, trad. Elisa Larkin Nascimento. Dover: The Majority Press, 1989.
Combate ao Racismo, 6 vols. Brasília: Câmara dos Deputados, 1983-86. (Discursos e projetos de lei.)
Povo Negro: A Sucessão e a “Nova República”. Rio de Janeiro: Ipeafro, 1985.
Jornada Negro-Libertária. Rio de Janeiro: Ipeafro, 1984.
Axés do Sangue e da Esperança: Orikis. Rio de Janeiro: Achiamé e RioArte, 1983. (Poesia.)
Sitiado em Lagos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.
O Quilombismo. Petrópolis: Vozes, 1980.
Sortilégio II: Mistério Negro de Zumbi Redivivo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. (Peça de teatro.)
Sortilege: Black Mystery, trad. Peter Lownds. Chicago: Third World Press, 1978.
Mixture or Massacre, trad. Elisa Larkin Nascimento. Búfalo: Afrodiaspora, 1979.
O Genocídio do Negro Brasileiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
“Racial Democracy” in Brazil: Myth or Reality, trad. Elisa Larkin Nascimento, 2ª ed. Ibadan: Sketch Publishers, 1977.
“Racial Democracy” in Brazil: Myth or Reality, trad. Elisa Larkin Nascimento, 1ª ed. Ile-Ife: University of Ife, 1976.
Sortilégio (mistério negro). Rio de Janeiro: Teatro Experimental do Negro, 1959. (Peça de teatro.)
*Com informações Senado Federal e Ipeafro