A amamentação é fundamental para fornecer os nutrientes necessários ao bebê. Além disso, ela também é beneficial para a saúde da mãe
O Agosto Dourado é o mês do Aleitamento Materno no Brasil, campanha que busca esclarecer e conscientizar a população sobre a importância da amamentação para a saúde da mãe e do bebê. O uso da cor “dourada” não é a toa: simboliza o padrão ouro de qualidade desse alimento tão essencial.
O aleitamento materno é essencial para a saúde infantil, pois reduz riscos de doenças e fortalece o sistema imunológico. Ao longo dos anos, inúmeras pesquisas têm comprovado sua importância para a saúde e bem-estar tanto das crianças quanto das mães.
A amamentação é essencial para o desenvolvimento saudável das crianças nos primeiros anos de vida. Isso porque leite materno é uma verdadeira fonte de nutrientes, contendo anticorpos, vitaminas e minerais que fortalecem o sistema imunológico do bebê, protegendo-o contra infecções e doenças.
Estudos mostram que crianças amamentadas têm menor incidência de diarreia, infecções respiratórias, alergias e até mesmo riscos reduzidos de desenvolver obesidade e doenças crônicas na vida adulta.
Além dos benefícios para a saúde infantil, a amamentação também é fundamental para as mães. Durante a amamentação, a liberação de hormônios como a ocitocina ajuda o útero a voltar ao tamanho normal após o parto, auxiliando na recuperação pós-parto. Além disso, amamentar pode reduzir o risco de algumas doenças, como o câncer de mama e de ovário.
Aleitamento materno
De acordo com a Dra. Bárbara Oliveira, pediatra neonatologista, o leite materno é um organismo vivo e um alimento dinâmico. “Ele muda do começo até o final da mamada, do começo até o final do dia. Muda se o bebê está doente, muda se dois bebês mamam. Ele tem propriedades imunológicas e cicatrizantes, e é o único alimento capaz de suprir todas as necessidades de um ser humano exclusivamente por 6 meses”, destaca.
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Não só o leite, mas o organismo da mãe e do bebê se adaptam conforme necessário. “O estômago do recém-nascido aumenta gradativamente, enquanto o feedback de hormônios no corpo da mãe, através da sucção em seio materno, avisa da necessidade de ajuste da produção de leite”, explica a médica. Segundo ela, cada gota de colostro é rico em calorias justamente para não “precisar” de volume nos primeiros dias.
Desafios para amamentar
A especialista destaca que a indústria costuma cercar a mãe de propagandas conflituosas. Além disso, “pitacos” alheios podem atrapalhar o processo de amamentação. “A vizinha, vai te falar que não pode oferecer antes do intervalo de 3 horas. A sogra dirá que os filhos dela não morreram e mamaram fórmula. A amiga diz que peito é escravidão. O marido cansado do choro do bebê justifica que ‘é fome’. A cunhada vai indicar uma receita milagrosa. O pediatra vai oferecer complementação, porque ‘vai que…’”, exemplifica a especialista.
Com isso, assim, puérperas vulneráveis ficam desamparadas. “Poderia ser uma exceção, mas infelizmente é a realidade da maioria”, diz a médica.
No entanto, segundo ela, o ideal é observar o natural e fisiológico, pois isso permite menos intervenções desajustadas. “Respeitar o corpo e os processos garante o melhor alimento possível para esse recém chegado”, afirma.
Bárbara recomenda às mães que busquem conhecimento e uma rede de apoio, o que pode ajudar nos desafios da amamentação.
Dados sobre amamentação no Brasil
Segundo o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil mais recente (ENANI-2019), coordenado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e encomendado pelo Ministério da Saúde, as taxas de aleitamento materno vêm crescendo no Brasil.
Metade das crianças brasileiras é amamentada por mais de 1 ano e 4 meses, e quase todas as crianças do país já foram amamentadas em algum momento (96,2%), sendo que dois em cada três bebês são amamentados ainda na primeira hora de vida (62,4%).
Vale destacar ainda que a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam a manutenção do aleitamento materno até os dois anos ou mais, oferecendo apenas leite do peito até o sexto mês de vida.
Fonte: Saúde em dia