Sábado, 29 de outubro de 2022
A maior economia europeia conseguiu evitar uma recessão no terceiro trimestre em meio às dificuldades no fornecimento de energia, apesar da cada vez maior pressão inflacionária.
A Alemanha se desviou de uma recessão no terceiro trimestre com um crescimento relativamente ao segundo, mas também registrou sua maior taxa de inflação desde que há registros, escreveu na sexta-feira (28) a agência britânica Reuters.
O PIB aumentou 0,3% em comparação com o segundo trimestre de 2022 em termos sazonalmente ajustados, disse o Escritório Federal de Estatísticas, citado pela Reuters.
A economia alemã, a maior da Europa, “continuou se aguentando, apesar das difíceis condições econômicas globais […] cadeias de abastecimento interrompidas, o aumento dos preços” e o conflito na Ucrânia, disse o escritório, justificando o desenvolvimento pelos gastos dos consumidores.
Enquanto isso, na comparação anual, e também ajustado à sazonalidade, o PIB cresceu 1,2% no terceiro trimestre.
“No entanto, os fardos para os próximos trimestres são imensos“, disse Thomas Gitzel, economista-chefe do VP Bank. Segundo ele, os dados do terceiro trimestre só adiaram a chegada de uma recessão na Alemanha e na zona euro.
Em 2020 a economia da Alemanha caiu 4,6%, antes de crescer 2,9% em 2021, um desempenho abaixo da média da União Europeia. Em sua última previsão, Berlim previu um crescimento de 1,4% em 2022 e uma recessão de 0,4% em 2023.
“É provável que a recessão seja agora atingida no inverno [no final de 2022 e início de 2023], mas pode não ser tão severa quanto inicialmente temido”, de acordo com Jens-Oliver Niklasch, do banco LBBW. Ele explica o crescimento do terceiro trimestre com o fim das restrições pandêmicas e as medidas de alívio financeiras introduzidas no meio do ano.
Já a taxa de inflação anual na República Federal da Alemanha atingiu 11,6% em outubro, ultrapassando o máximo de 11,5% desde o início dos registros em janeiro de 1950, que aconteceu em outubro de 1951.
De acordo com o instituto econômico Ifo, o efeito total da inflação ainda não chegou aos consumidores.
“Ainda não está claro que a inflação tenha atingido um pico, mesmo que a recente queda nos preços de mercado do gás natural tenha aumentado as esperanças”, apontou Thomas Theobald, do instituto IMK.
Após a pressão de sanções ocidental contra a Rússia, incluindo da Alemanha, o fluxo de gás para os países europeus tem caído cada vez mais para o zero, contribuindo para a alta inflacionária no continente, apesar das instalações de armazenamento de gás terem sido enchidas até quase 100%.
Fonte: Sputniknews