Urticária ao frio pode provocar coceira intensa e lesões cutâneas
Para algumas pessoas, a chegada do frio representa mais do que uma simples questão de gosto pessoal, podendo ser um fator de risco para a saúde.
Popularmente conhecida como “alergia ao frio”, a urticária ao frio é uma irritação de pele provocada pelo contato do corpo com baixas temperaturas.
“O desencadeante é o contato com o frio, que vai acontecer através da pele, por objetos gelados, ou, por exemplo, por líquidos ou alimentos”, explica a médica dermatologista Fernanda Wroblevski, especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). “Toda vez que o paciente tiver esse contato, ele vai desenvolver a lesão no local”.
As urticárias podem ser induzidas ou espontâneas.
- No caso das induzidas, é necessário haver um fator responsável pelo desencadeamento, como drogas, alimentos, infecções ou estímulos físicos, como calor ou frio.
- Já as urticárias espontâneas são aquelas que ocorrem sem causa identificada.
De acordo com informações disponibilizadas pelo Ministério da Saúde, os fatores internos do organismo que provocam a urticária ainda são pouco conhecidos, mas, na maioria dos casos, acontece por mecanismos não alérgicos.
“Tem pessoas que desenvolvem esse quadro desde a infância, como uma coisa já do começo da vida, e tem pessoas que desenvolvem ao longo da vida. O mais comum é acontecer com adultos jovens”, afirma Wroblevski.
Ela ressalta ainda que, embora algumas doenças possam provocar o aparecimento das urticárias, o mais comum é que elas se manifestem naturalmente no decorrer da vida do paciente.
“É uma alteração que pode vir sozinha, totalmente isolada, como pode vir em um contexto, com outras doenças de imunidade. Se a gente tiver outros sintomas associados, como febre, dor articular ou lesões mais dolorosas do que com coceira, a gente tem que investigar para quadros de doenças reumáticas, autoimunes, que poderiam estar por trás.”
Quais são os sintomas?
Assim como em outras urticárias, o principal sintoma da urticária ao frio é a coceira intensa, além de possível sensação de ardência e queimação. Também pode ocorrer o surgimento de lesões avermelhadas e elevadas.
A dermatologista explica que, em casos extremos, os sintomas podem ser mais graves.
“Caso a pessoa entre em contato com um volume maior, por exemplo, em uma piscina ou na água do mar gelada, pode, eventualmente, ter alguns sintomas mais extremos. No caso de exposições muito intensas, além do acometimento da pele do corpo inteiro, podem haver sintomas como pressão baixa, dificuldade para respirar e até perda de consciência”, alerta.
Segundo Wroblevski, o diagnóstico costuma ser feito pelo histórico clínico do paciente. “Mas também tem o teste do cubo de gelo, em que fazemos o contato de um cubo de gelo com a pele do antebraço, fica em contato por cinco minutos, e, após 10 minutos, a gente avalia se teve alguma reação no local.”
De acordo com a especialista, esse quadro é comumente confundido com outra alteração de pele, conhecida como “perniose”. “Essa alteração é circulatória, ocorre nas extremidades. É como se fosse uma desregulação da parte circulatória ao responder ao frio. Acontece principalmente nas extremidades: dedos, mãos, às vezes orelhas, nariz. E formam lesões que são dolorosas, com queimação”, descreve a médica.
Mas urticária ao frio tem cura?
“Algumas pessoas podem desenvolver uma tolerância, mas, efetivamente, não tem cura”, responde a especialista.
Segundo a médica, a principal recomendação é evitar o contato com o frio. Entre as dicas para prevenir o aparecimento da urticária ao frio, ela destaca tomar banho sempre em temperatura morna; manter-se agasalhado ou evitar ambientes frios; evitar banho em mar gelado e esportes aquáticos em água fria.
O Ministério da Saúde recomenda ainda que o paciente não se automedique em nenhuma hipótese e siga as orientações médicas.
Fonte: CNN Brasil